Industria Textil e do Vestuário - Textile Industry - Ano XVI

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Caroline Martins, do Masterchef, rebate críticas e fala que sim – com exclusividade para a ELLE.

Quando Caroline Martins começou um detox fashion, seus familiares não evitaram tocar no assunto. Mesmo via Facetime e Skype, a PhD em física pelo Instituto Tecnológico da Aeronáutica, que na época cursava pós-doutorado em Austin, na Universidade do Texas, não conseguia fugir das cobranças. “Eu não dei ouvidos porque sabia que estaria vivendo minha vida por eles e não por mim. E isso vai muito além de roupas“, conta ela com exclusividade à ELLE. Apesar das diferentes fontes, as críticas após o último episódio do Masterchef, programa de culinária da Band, mostram o mesmo tom uníssono de choque. No Twitter, internautas dispararam comentários sobre a repetição das vestimentas da física, cozinheira e pesquisadora de energia nuclear.

O processo de desapego começou aos 27 anos, quando ela se preparava para iniciar o pós-doutorado nos Estados Unidos. “Tinha tudo para estar em êxtase, porém a ideia de iniciar uma nova fase em outro país estava me causando mais ansiedade do que felicidade”, conta ela em um post recente do Facebook. Na rede, ela rebateu as críticas e afirmou que realmente repetia as roupas porque tinha pouquíssimas peças, fruto da decisão de levar uma vida menos consumista. “Neste vórtex de ansiedade e conflito, resolvi fazer o seguinte experimento: “eu me mudaria para Austin levando uma mala com apenas 6 trocas de roupa e 2 pares de calçados“, fala a física.

 

Apesar da repercussão, o termo armário cápsula, que pede um guarda-roupas sem excessos, já existe no vocabulário da moda. Após a queda do Rana Plaza, em 2013, e da morte de 1.134 trabalhadores da indústria têxtil, que produziam para marcas globais em condições análogas à escravidão, a discussão sobre a glamourização do termo fashion victim começou a se intensificar, e inspirou iniciativas como o Fashion Revolution e a marca Vetta, que foi além e criou uma coleção com apenas cinco peças, com as quais é possível criar um armário múltiplo que dura o mês inteiro.

No Brasil, iniciativas como o Projeto Gaveta, de troca de roupas, também falam sobre essa conscientização. Plataformas como o ModeficaUm ano sem Zara e Um ano sem lixo permeiam a internet e o mundo real com dicas, ideias e muita inspiração para quem precisa de um empurrãozinho para encarar o novo momento da moda.

 

O mix and match das cinco peças da Vetta (Vetta/Divulgação)

A empreitada deu certo: hoje, três anos depois da decisão, ela ainda é adepta da mesma visão. “Quem gosta de se vestir na moda deve sempre estar gastando para segui-la. Há quem se sinta feliz. Para todos os outros, o desapego se faz essencial”, reflete Caroline. Sobre a ida a um casamento depois dessa mudança, ela conta que “como já estava nessa filosofia, me lembro de ter ido de vestidinho de verão e de bota cowboy. Eu nunca tinha me divertido tanto em uma festa! A sensação de conforto foi gratificante, e consegui aproveitar cada minuto da festança.”

 

Ela dá dicas para quem quer encarar o desafio: “comece devagarinho e defina um tempo curto para testar a ideia. Selecione roupas que você ama, e passe um mês apenas usando estas roupas. Defina um dia na semana para usar os cabelos naturais, sem chapinha, ou para não se maquiar. Veja se gosta da sensação. Procure um brechó, e em vez de comprar algo novo, troque as peças que você não gosta mais por peças diferentes. Faça um acordo com uma amiga que calce o mesmo numero que você: vocês trocam pares de sapatos e compram pares novos. A dica é checar se este estilo de vida minimalista te satisfaz“, conta ela.

Ela afirma que os benefícios foram inúmeros: “parar de focar em consumir fez com que eu me interessasse mais por música. Quando percebi que eu era muito mais que roupas e cintura 36, eu comecei a me interessar por outras áreas de conhecimento e cultura. Me desligar do consumismo e da vaidade extrema abriu muitas portas em minha vida. Hoje em dia me considero uma pessoas bem mais interessante do que era há alguns anos”, finaliza.

http://elle.abril.com.br/moda/e-possivel-ser-feliz-com-seis-pecas-d...

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Esta é uma pergunta que temos que responder não para sociedade atual mas para futura pois hoje estamos em um nível de consumo bem acima do suportado pelo planeta.Consumo pouco vestuário/calçados,mas procuro comprar produtos com qualidade.Com relação ao automóvel,este objeto que indicador do nível social,pessoas  que estão bem próximas sentem uma frustração quando o seu modelo de veiculo passa por uma mudança,,querem sempre o atual,mas exponho sempre o meu ponto de vista que em resumo é,um carro novo agride mais o meio ambiente do que um carro usado mais bem mantido.Tenho para o meu trabalho um carro mil ano 1994(corsa) e para deslocamentos com maiores distancia um opala 1989.Sem problemas.Atualmente já estou preferindo alugar um veiculo,sempre novo e dentro da cidade usar o Uber.No meu condomínio já existe um veiculo a disposição para ser alugado,funciona como locadora normal mas os usuários tem ser morador a mais de 2 anos e estarem dia com o condomínio,o prédio fica com 3%.

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