Industria Textil e do Vestuário - Textile Industry - Ano XVI

Industria Textil e do Vestuário - Textile Industry - Ano XVI

Silvia Costanti/Valor Sharon Beting, da marca SUB, na loja do Shopping Cidade Jardim

Para itens como bolsas e vestidos de festa, as marcas internacionais ainda são referências de sofisticação. Uma bolsa Chanel ou um vestido Dior dão status - e deverão dar ainda por muitos anos. Mas quando o assunto é o guarda-roupa para o verão, é com as marcas nacionais que sonham as consumidoras brasileiras. Aliás, não somente elas: também as consumidoras de boa parte dos Estados Unidos e da Europa. O nosso "life style" praiano ainda é o mais sedutor do mundo.

"Boa parte das minhas clientes viaja o ano inteiro e pode comprar suas roupas no exterior", diz Sharon Weissman Beting, proprietária da butique multimarcas SUB (selections of unbelievable beachwear). "Mas quando precisam comprar itens de moda praia, mesmo que seja para passar o verão na Europa, é aqui que elas se abastecem", afirma a empresária, que abriu a SUB em 2008, no Shopping Cidade Jardim. No início, a SUB funcionava apenas como ponto de varejo para grifes como Amir Slama, Adriana Degreas, Cia Marítima e Clube Bossa, entre outras. Desde 2011, a butique tem sua marca própria, primeiro com acessórios e mais recentemente com maiôs e biquínis. As peças com a grife SUB também são distribuídas para 40 multimarcas, algumas no exterior.

"Quando as pessoas pensam em moda praia, elas pensam nos biquínis brasileiros", afirmou Maria Williams, executiva responsável por selecionar as marcas que serão vendidas pelo e-commerce Net-a-porter.com, que esteve no Brasil em abril. Na ocasião, após visitar showroons e assistir aos desfiles da SPFW, ela elogiou a estamparia e a sofisticação de algumas marcas - como a de Lenny Niemeyer -, mas chamou a atenção para um item que ainda atrapalha a venda no mercado externo: o preço. "Não tem sentido uma marca ainda desconhecida chegar ao mercado custando o mesmo que uma Chanel".

O segmento de moda praia fatura cerca de US$ 1,9 bilhão, no Brasil, anualmente. São quase 60 milhões de peças, produzidas por aproximadamente 700 empresas formais, segundo a Associação Brasileira da Indústria Têxtil e de Confecção (Abit). Cerca de 10% dessa produção é destinada ao mercado externo. Muito pouco quando se leva em conta a fama do vestuário de praia brasileiro.

Leo Pinheiro / Valor Jacqueline de Biase, diretora criativa da Salinas

"Temos muitas clientes europeias, que vêm principalmente de Portugal e da França", diz o empresário Emanuel Galindo, proprietário da butique multimarcas Gaoli, localizada na galeria Fórum de Ipanema, no Rio de Janeiro. Essas consumidoras, diz Galindo, vêm em busca de muito mais do que um biquíni com uma bela estampa, mas de peças com detalhes artesanais e que possam ser usadas em vários ambientes. "É esse o nosso negócio: mostrar que a moda praia vai além da areia", diz Galindo, que nesta temporada está lançando sua marca própria - que além de biquínis inclui barracas de praia e até pranchas de surf.

Esse casamento entre moda praia e moda casual, aliás, é um dos principais trunfos do "beachwear" brasileiro. Na loja da SUB, por exemplo, há modelos de saídas de praia que não ficariam deslocados em um ambiente festivo. "Temos túnicas com seda indiana e vestidos de tricô supersofisticados", diz Sharon.

Em alguns casos, a nossa moda praia se aproxima das roupas esportivas, como é o caso da marca Salinas que, no início do mês, lançou uma coleção de peças fitness em parceria com a Adidas. "O projeto tem os mesmos moldes do que a Adidas já fez com a grife Stella McCartney", informa Jacqueline de Biase, diretora criativa da Salinas. Em cima de um briefing dado pela marca alemã, a grife de "beachwear" nacional desenhou peças esportivas de alta performance com um "perfume" tropical. A coleção é composta por maiôs de natação, leggins, tops, tênis, camisetas e shorts, entre outros itens.

"No início, os alemães se espantaram com tantos coqueiros nas estampas", diz Jacqueline. "No final, queriam mais dessas referências tropicais". A coleção de "cobranding" entre Salinas e Adidas está à venda nas butiques da grife carioca e, em breve, entra nas lojas da Adidas do exterior.

Divulgação Maio da Salinas, em parceria com a Adidas: união de moda praia e fitness

"Já tínhamos feito uma coleção própria fitness antes, mas apenas no inverno", diz Jacqueline. "Essa parceria com a Adidas dará novo fôlego à linha", afirma a estilista. "Afinal, a praia é a grande academia do carioca". A Salinas abre amanhã a sua nova "loja-conceito" em Ipanema. Com projeto da arquiteta Bel Lobo, a loja de 200 m2 tem provadores inovadores (palafitas suspensas no ar) e um espaço cultural no último andar.

Ainda falando no universo fitness, o estilista Amir Slama, dono da marca que leva seu nome, nota uma influência atual do segmento esportivo no estilo da moda praia nacional. "A tendência elege as tangas mais cavadas, lembrando um pouco o estilo dos anos 1980", diz Slama. Não se trata de um resgate do "fio dental", afirma o estilista, mas do surgimento de um "novo estilo sensual".

O estilista ainda destaca outras tendências que poderão ser vistas neste verão, como os biquínis com acabamentos artesanais, além de maiôs e biquínis feitos com malha mais fina, à base de elastano e poliamida - que deixam as peças mais leves e com toque macio. Em termos de modelagem, o destaque fica com os sutiãs de estilo "cortinha" com bojo removível (que dão mais sustentação ao busto) e com os maiôs "engana-mamãe" - abertos nas costas e fechados na frente.

Entre as saídas de praia, as batas com desenhos étnicos (seja da Índia ou do Leste Europeu) e os vestidos longos ainda aparecem como os eleitos do verão 2016.

http://gsnoticias.com.br/praia-territorio-estilo-100-nacional.aspx

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