Industria Textil e do Vestuário - Textile Industry - Ano XVI

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Primeira estação experimental de abastecimento de hidrogênio renovável começará a ser construída na USP

SENAI CETIQT fornecerá orientação e assistência técnica, para garantir que o reformador seja projetado e executado de forma eficiente, segura e sustentável.

Na última quinta-feira à tarde, dia 10 de Agosto, na Cidade Universitária da USP, em São Paulo, aconteceu a cerimônia oficial, que marca o início da construção da primeira estação experimental de abastecimento de hidrogênio (H2) renovável, a partir do etanol. A previsão é de que ela já esteja operando no segundo semestre de 2024.

Como parceiros, participam no desenvolvimento da estação a Shell Brasil, a Hytron, a Raízen, o SENAI CETIQT e a Universidade de São Paulo, através do Centro de Pesquisa para Inovação em Gases de Efeito Estufa (RCGI). Para testar a viabilidade desse projeto, as partes também assinaram um memorando de entendimento junto com a Toyota.

A planta-piloto ocupará uma área de 425 metros quadrados e terá capacidade de produzir 4,5 quilos de Hpor hora, dedicada ao abastecimento de até três ônibus e um veículo leve. O projeto de Pesquisa & Desenvolvimento tem investimento total de R$ 50 milhões, por parte da Shell Brasil, obtido com recursos da cláusula de PD&I, da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP).

“O objetivo desse projeto inovador é tentar demonstrar que o etanol pode ser vetor para o hidrogênio renovável, aproveitando a logística já existente da indústria. A tecnologia poderá ajudar a descarbonizar setores que consomem energia proveniente de combustíveis fósseis”, afirmou o Presidente da Shell Brasil, Cristiano Pinto da Costa.

O Instituto SENAI de Inovação em Biossintéticos e Fibras, do SENAI CETIQT, será o responsável em realizar simulações computacionais robustas, para analisar o funcionamento do reformador e identificar oportunidades de aperfeiçoamento. Além disso, serão feitos o dimensionamento de equipamentos e a realização de avaliações econômicas, para garantir a viabilidade financeira e a eficiência operacional do processo.

“Estamos entusiasmados em fazer parte deste projeto revolucionário. Com o nosso foco em soluções avançadas e bioeconomia, trabalharemos em estreita colaboração com os parceiros, para otimizar o reformador de etanol, contribuindo para tornar essa tecnologia promissora, uma realidade para o Brasil e para o mundo”, afirma João Bruno Bastos, Gerente do Instituto.

Com base em sua expertise em engenharia de processo, o Instituto fornecerá orientação e assistência técnica para garantir que o reformador seja projetado e executado de forma eficiente, segura e sustentável.

No conjunto de equipamentos que serão instalados no local, haverá um reformador à vapor de etanol, desenvolvido e fabricado pela empresa Hytron. É nesse equipamento que ocorrerá a conversão do etanol em hidrogênio, por meio de um processo químico chamado “reforma a vapor”, que é quando o etanol, submetido a temperaturas e pressões específicas, reage com água dentro de um reator.


Ao longo do funcionamento da estação experimental, os pesquisadores vão validar os cálculos sobre as emissões e custos do processo de produção de hidrogênio. “Nossa estimativa, no momento, é de que o custo da produção de hidrogênio, a partir de etanol, é comparável ao custo do hidrogênio de reforma do gás natural, no contexto brasileiro. Já as emissões são comparáveis ao processo que realiza a eletrólise da água alimentada com energia elétrica, proveniente de fonte eólica”, afirma Julio Meneghini, Diretor Científico do RCGI.

O etanol necessário para a produção de hidrogênio será fornecido pela Raízen, maior produtora global de etanol da cana-de-açúcar. Hoje, o deslocamento do etanol do local de produção até o destino é feito em caminhões-tanque, que têm capacidade para armazenar 45 mil litros, o equivalente a aproximadamente 6.000kg de hidrogênio. Esse mesmo veículo conduzindo a carga de hidrogênio comprimido, conseguiria transportar somente 1.500kg de hidrogênio, ou seja, quatro vezes menos. Outra vantagem é a facilidade de se replicar a tecnologia de maneira global, devido ao baixo custo de transporte do biocombustível.

O CEO da Raízen, Ricardo Mussa, acredita “que o hidrogênio renovável produzido a partir do etanol terá uma participação relevante na matriz energética, nas próximas décadas, principalmente por reduzir significativamente os desafios envolvidos no transporte e distribuição do produto, que pode aproveitar a infraestrutura do etanol já existente nos postos, garantindo o abastecimento de veículos de forma rápida, sustentável e segura”.

O hidrogênio produzido na estação vai abastecer os ônibus cedidos pela Empresa Metropolitana de Transportes Urbanos de São Paulo (EMTU/SP). Eles vão circular exclusivamente dentro da cidade universitária. Para testar a performance do hidrogênio, a Toyota cedeu ao projeto o ‘Mirai’ – primeiro veículo a hidrogênio do mundo, que é comercializado em larga escala, cujas baterias são carregadas a partir da reação química entre hidrogênio e oxigênio na célula combustível (Fuel Cell Eletric Vehicle).

“O Brasil é um país com forte vocação para biocombustíveis. Entendemos o hidrogênio como uma fonte de energia limpa e renovável, que tem um papel importante nos esforços para reduzir as emissões de CO2. A parceria neste projeto é o primeiro passo da empresa para testar o uso dessa nova tecnologia no país. Temos interesse e disposição para trabalhar em conjunto com o governo do Estado, para viabilização do transporte sustentável com uso do hidrogênio renovável a partir do etanol” destaca Rafael Chang, Presidente da Toyota do Brasil.

Estiveram presentes na cerimônia o Governador do Estado de São Paulo, Tarcísio de Freitas; o Reitor da Universidade de São Paulo, Carlos Gilberto Carlotti Júnior; o Diretor da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), Daniel Maia; o Secretário de Estado de Ciência, Tecnologia e Inovação, Vahan Agopyan, o Presidente da Fundação de Apoio à Pesquisa do Estado de São Paulo (FAPESP), Marco Antonio Zago e o
Diretor de Operações do Senai-DN, Gustavo Leal Sales Filho.

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