Industria Textil e do Vestuário - Textile Industry - Ano XVI

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Problema do Formaldeído Livre nos Tecidos

Em certos países apareceram ria última década restrições quanto ao teor em formaideído livre nos tecidos. Para além das suspeitas, ainda não definitivamente confirmadas, dos efeitos cancerígenos do formaldeído, o que é um facto é que uma quantidade elevada de formaideído livre provoca não só cheiros desagradáveis na sala de confecção como também irritações nasais.
A quase totalidade de resinas termoendurecíveis actualmente no mercado são à base de formaldeído. Como elas são praticamente indispensáveis para o chamado “acabamento de alta qualidade”, como resolver o problema?
Se a exigência for: O ppm (zero partes por milhão, unidade equivalente a ug/g) sobre o tecido, só há uma solução: não utilizar resinas à base de formaldeído. Os produtores de resinas termoendurecíveis tem desenvolvido esforços para o lançamento no mercado de resinas não contendo formaldeído para a eventualidade do aparecimento destas exigências para tecidos que obrigam ao acabamento com resinas, Existe também a possibilidade de alterar quimicamente a celulose, mas, apesar dos inúmeros trabalhos de investigação realizados neste domínio, a sua aplicação industrial é praticamente nula, não só porque obriga ao recurso de técnicas dificilmente aplicáveis com a maquinaria tradicional utilizada nos acabamentos, mas também porque são alteradas algumas das propriedades do algodão tanto apreciadas pelos consumidores que são de novo atraídos, e cada vez mais, por tudo o que é “natural”.
Mas, na grande maioria dos casos, existe um certo valor máximo de formaideído livre tolerável sobre o tecido. Neste caso, haverá que adaptar as receitas e o processo de acabamento de forma a que se satisfaça aquela exigência.
O teor em formaldeido livre sobre o tecido depende dos seguintes parâmetros:
-  tipo de resina e sua concentração
-  tipo de catalisador e sua concentração
-  condições de condensação
A escolha das condições ideais deve ser objecto de ensaios laboratoriais em cada caso concreto, pois o sistema resina/catalisador é dependente do fim a que se destina o tecido.
Se após a optimização das condições atrás referidas não se conseguir satisfazer as exigências, pode ainda proceder-se às seguintes técnicas:
-  lavar o tecido após condensação da resina (processo de reticulação em seco). Este processo torna-se caro não só pela lavagem como pela secagem suplementar;
-  introduzir no banho de impregnação um produto que retenha o formaideído livre. Existem diferentes tipos de produtos com esta propriedade, mas o mais barato é a ureia (adicionando cerca de 20 g/l de ureia ao banho de acabamento, pode conseguir-se em certos casos uma redução do teor em formaldeído livre para metade);
-  fazer passar o tecido, ainda quente, logo após a condensação da resina, numa câmara em que se vai fazer uma aspersão com uma solução a 10 % de ureia. A diminuição do teor em formaldeído livre é bastante apreciável e o tecido sai aa câmara (designada por “fog chamber”) com urna humidade de 7 a 8%, dispensando portanto qualquer secagem. Esta técnica é utilizada nos ELTA.


Para finalizar este assunto, convém notar que as restrições quanto ao formaideído têm aparecido em muitos outros domínios nos quais este produto é utilizado (mobiliário, cosméticos, indústrias químicas, etc.); em 1980, nos LUA, país onde as resinas termoendurecíveis têm grande importância na indústria têxtil, a percentagem de formaldeído utilizado para o fabrico de resinas para usos têxteis foi de apenas 2 %.

http://teoriasdoeins.blogspot.com.br/2014/01/problema-do-formaldeid...

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