Industria Textil e do Vestuário - Textile Industry - Ano XVI

Industria Textil e do Vestuário - Textile Industry - Ano XVI

Produção industrial registra queda em 2022, a sexta em 10 anos

A variação mensal nula em dezembro (0,0%) veio em linha com a projeção da Fiesp e a expectativa do mercado (0,0%), dados livres de influências sazonais

Agência Indusnet Fiesp

A produção industrial ficou estável entre novembro e dezembro (0,0%), sem efeitos sazonais. Frente a dezembro de 2021, houve queda de 1,3%. O resultado do mês veio em linha com a projeção mensal da Fiesp e a expectativa do mercado (0,0%). A principal variação foi observada pela indústria extrativa, com queda de 1,1%, dado que a indústria de transformação aumentou 0,3%.

O desempenho do setor industrial foi negativo no fechamento do quarto trimestre de 2022 (-0,5%) na comparação contra o trimestre anterior. Ainda em bases trimestrais, o recuo do setor industrial no período outubro-dezembro de 2022 intensificou o comportamento negativo observado no terceiro trimestre do ano (-0,3%).

No ano, o setor industrial registrou redução de 0,7%, a 6ª queda em 10 anos (Gráfico 1). Com este resultado, a indústria permanece defasada em relação ao início da pandemia (-2,2%) e vai se afastando do pico observado em 2011 (-18,5%). O esgotamento das medidas de incentivo à demanda adotadas pelo governo federal, somado aos efeitos contracionistas do aumento da taxa de juros, motivaram essa trajetória de desaceleração, refletida na variação negativa da indústria geral registrada em 2022.

Na abertura do resultado anual, houve queda nas quatro grandes categorias econômicas e 17 dos 26 ramos pesquisados. Destaques negativos: indústrias extrativas (-3,2%), produtos de metal (-9,0%), metalurgia (-5,0%), máquinas, aparelhos e materiais elétricos (-10,7%) e produtos de borracha e de material plástico (-5,7%). Por outro lado, a atividade de coque, produtos derivados do petróleo e biocombustíveis (+6,6%), exerceu a maior influência positiva na formação da média da indústria.

Gráfico 1: Produção Industrial Mensal (PIM), 2012-2022

Fonte: elaboração FIESP a partir de dados do IBGE.

Fonte: elaboração Fiesp a partir de dados do IBGE.

Durante o final do primeiro semestre de 2022, é possível observar uma redução do número de setores aquecidos, sobretudo em segmentos sensíveis à incerteza no ambiente econômico-político e aos juros/crédito.

Após uma forte recuperação durante o ano de 2021 e os primeiros meses de 2022, algumas atividades indicam desaceleração. O Mapa de Calor (Figura 1) mostra que, na indústria de transformação, 16 atividades estavam acelerando (Forte + Muito Forte) e 3 atividades desacelerando (Fraca + Muito Fraca) em dezembro de 2021. No mesmo período de 2022, esse resultado foi revertido, com apenas 5 atividades acelerando e 11 arrefecendo, o que denota o espraiamento da perda de dinamismo da atividade industrial ao longo de 2022.

Figura 1: Mapa de Calor da Indústria (Dez/21 – Dez/22)Imagem relacionada a matéria - Id: 1675682808

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Cenário e projeção para 2023

Condições financeiras restritivas sinalizam fragilidade da atividade econômica e do setor industrial nos primeiros meses de 2023. O Indicador de Condições Financeiras (ICF-FIESP) resume, em um único indicador, o comportamento das principais variáveis que influenciam as condições financeiras, como taxas de juros e preços das commodities. O seu objetivo é antecipar os ciclos da atividade econômica doméstica. Na passagem do ano, juros domésticos e internacionais destacam-se como os principais fatores responsáveis pela manutenção das condições financeiras em território restritivo.

Gráfico 2: Indicador de Condições Financeiras (ICF-FIESP)

Fonte: elaboração FIESP a partir de dados da Bloomberg, BCB e FED.

Fonte: elaboração Fiesp a partir de dados da Bloomberg, BCB e FED.

Esse quadro adverso das condições financeiras, somado à expectativa de manutenção da taxa de juros em patamar elevado por um período mais longo e um quadro de desaceleração global, tende a manter um ambiente desafiador para a indústria de transformação, sobretudo no primeiro semestre do ano. Em vista disso, a projeção da Fiesp para a atividade industrial em 2023 é de queda de 0,5%. Este quadro fortalece a necessidade de ações prioritárias, como a urgente reforma tributária.

https://www.fiesp.com.br/noticias/producao-industrial-registra-qued...

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