Industria Textil e do Vestuário - Textile Industry - Ano XVI

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Produção Se Desloca Para Outros Países, Diz Josué Gomes da Silva - Coteminas

A excessiva valorização do real está transformando alguns setores da indústria brasileira virtualmente em "maquiladoras" e também empurra empresas a deslocar produção para outros países, relatou ontem o empresário Josué Gomes da Silva na Organização Mundial do Comércio (OMC).

Único brasileiro convidado para falar no seminário sobre câmbio e comércio, Gomes da Silva deu o exemplo de sua companhia, a Coteminas, maior produtora têxtil do país. Por causa do câmbio, as exportações caíram de US$ 400 milhões para US$ 70 milhões em cinco anos. "Tivemos que deslocar a produção para outros países", disse. A holding CTNM - que detém a Santanense e a Springs Global (embaixo da qual estão Mmartan, Springs Global e Coteminas) - tem cinco unidades nos Estados Unidos, uma no México, uma na Argentina e 12 no Brasil.

Na sessão que ouviu o setor privado, o empresário disse que problemas de infraestrutura, complexidade tributária e juros altos contribuem para reduzir a competitividade da indústria brasileira. Mas o maior culpado é o câmbio.

"Reconhecemos que há outros problemas, mas posso assegurar a vocês que o desalinhamento das taxas de câmbio está no coração dos problemas que o setor industrial enfrenta no Brasil", afirmou. Ele exemplificou dizendo que a indústria de eletrônicos no Brasil se tornou virtualmente uma "maquiladora", com as importações equivalendo a mais de 60% da produção local. O país deixou de ser o quinto maior produtor de máquinas e equipamentos, caindo para a 14ª posição. O setor químico teve déficit de US$ 26 bilhões. Mesmo em setores nos quais o Brasil era muito competitivo, como papel e celulose, as importações mais que dobraram em dois anos.

Em 2011, o déficit comercial do Brasil com manufaturados atingiu US$ 92,5 bilhões, comparado a um superávit de US$ 5,1 bilhões seis anos atrás, e continua subindo. O saldo comercial total, de US$ 30 bilhões em 2011, deve-se essencialmente às commodities. Gomes da Silva contou que até ele foi obrigado a importar da China, para atender seus clientes nos EUA.

As exportações têxteis da Coteminas cresceram 535% entre 2001 e 2007, incluindo produtos para abastecer as operações nos EUA. A situação se reverteu a partir de 2008 e as exportações voltaram ao nível de 2001. Por causa do duplo efeito do câmbio - real valorizado e moeda da China desvalorizada -, a Coteminas teve que abastecer suas operações nos EUA e tornou-se um intermediário no comércio têxtil naquele mercado.

A empresa constatou que, sem poder exportar de suas fábricas do Brasil, a estrutura do varejo americano acaba impondo muito risco e pouca margem. A empresa resolveu "dar um passo atrás" e se concentrar no que pode produzir nos EUA, que são cobertas para colchões e travesseiros, por exemplo. A operação nos EUA gera negócios de US$ 600 milhões por ano.

Para Gomes da Silva, a OMC precisa determinar um mecanismo para corrigir essa situação que, segundo ele, ameaça o próprio crescimento a longo prazo da economia. A África do Sul concordou com o Brasil, exemplificando que sua moeda se valorizou mais de 35% nos últimos tempos, afetando duramente sua indústria e empurrando o desemprego para 25%. (AM)

Fonte:|http://www.valor.com.br/brasil/2590774/producao-se-desloca-para-out...

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Respostas a este tópico

O Brasil é muito pacífico mesmo.

A única guerra que soube que o Brasil ganhou foi contra o Paraguai!

Qualquer um fazem a gente de "gato e sapato".

Orra,vamos parar de lenga-lenga.

Vamos arregaçar as mangas e partir pro front da batalha, ao inves de todo dia postarmos os mesmos  conhecidos comentários vindo de bocas diferentes. 

Vamos falar de soluções porque os problemas nós já estamos cansados de saber!

Enquanto o Sr. Josué discursava na OMC, relatando os problemas que estamos já estamos de saco cheio de falarmos aqui (e ninguém nos ouve), a "presidenta" Dilma está na Índia. O que será que, realmente, ela doi fazer lá?

 

Concordo contigo amigo Gustavo, vamos arregaçar, não somente as nossas mangas, mas vamos ajudar tantos outros a arregaçarem as suas. O primeiro passo é estarmos (e levarmos tantos quanto possíveis conosco) no dia 04/04 em São Paulo, na Mobilização Grito de Alerta. Em Porto Alegre, o número de adeptos, no dia 26/04, foi bastante expressivo, de maneira que nossos amigos gaúchos fizeram sua parte. Façamos, também, a nossa parte em SP. Para quem não é do estado de SP, faça a sua parte na data marcada para a mobilização aí em seu estado.

 

Abraços e um ótimo dia à todos!!!

 

Edson Machado

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