Industria Textil e do Vestuário - Textile Industry - Ano XVI

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A sustentabilidade da cadeia do algodão depende da união de todos os setores e as novas lideranças deverão surgir entre produtores e profissionais dos mercados em desenvolvimento, entre eles, Brasil, Austrália, Índia e Paquistão. Essa é a opinião de Terry Townsend, diretor executivo do Comitê Consultivo Internacional do Algodão (ICAC na sigla em inglês), organismo internacional de referência para todos os elos da cadeia de valor do algodão, de produtores a consumidores, e destaque na primeira plenária do 9º Congresso Brasileiro de Algodão (9º CBA), em Brasília, no dia 3 de setembro.

Townsend abrirá a programação dedicada a negócios no evento que está sendo organizado pela Associação Mato-grossense dos Produtores de Algodão (AMPA), na plenária "Economia Mundial do Algodão". Ele dividirá as atenções do público com algumas das principais lideranças do setor algodoeiro no Brasil: Gilson Pinesso, presidente da Associação Brasileira dos Produtores de Algodão (Abrapa) - órgão promotor do congresso -, Aguinaldo Diniz, presidente da Associação Brasileira da Indústria Têxtil e de Confecção (Abit), e Antônio Esteve, conselheiro da Associação Nacional dos Exportadores de Algodão (Anea).

Durante sua apresentação, Townsend - que em janeiro passará o cargo ao brasileiro José Sette - compartilhará parte do know how adquirido à frente do ICAC, uma associação governamental composta por membros de 41 países de todos os continentes, fundada em 1939 e sediada em Washington. Em recente participação no 2013 Cotton Global Summit, em Singapura, Tonwsend apresentou suas principais preocupações em relação ao futuro da cadeia do algodão, boa parte delas relacionada à retração da fatia ocupada pela fibra natural no mercado mundial, que, segundo o diretor executivo, caiu de 50% para 31% em poucas décadas e deverá continuar a encolher, chegando a 27% em 2025.

Em artigo publicado na última edição da revista Cotton International, o jornalista Mike McCue, editor da publicação, conta que Townsend criticou em Singapura a "visão paroquial" da indústria por parte de alguns dos mais importantes e influentes representantes do algodão, que não parecem interessados em colaborar com lideranças de outros setores da cadeia de suprimentos visando uma melhor perspectiva para todos.

Para Townsend (segundo o artigo da Cotton International), o "navio" do algodão está fazendo água - em função da concorrência com o poliester e outras fibras sintéticas pela preferência de consumidores, e com a soja e o milho, entre outras commodities -, porém não se vêem sinais de que os ocupantes da embarcação pretendam unir esforços para evitar um naufrágio. A pior atitude que os integrantes da cadeia do algodão podem ter diante desse cenário, diz o executivo, é fingir que os problemas não existem ou adotar uma "atitude fatalista" diante da crescente perda de competitividade do algodão. "O futuro do algodão será determinado pelas decisões que tomarmos como uma indústria", alerta o diretor executivo, lembrando que uma"indústria dividida é uma indústria enfraquecida".

Santidade de contratos - Ele menciona a importância de algumas estratégias adotadas, como o aumento dos investimentos em pesquisas, demandas pelo desenvolvimento da infraestrutura, treinamentos para melhorar a produtividade da mão de obra, etc, porém adverte que a maior ameaça à saúde e vitalidade do mercado do algodão é a inobservância da santidade dos contratos. Segundo Townsend, há fatores climático inevitáveis que influenciam a quebra de contratos, mas há também, em todas as situações, duas partes envolvidas que devem trabalhar juntas para resolver a situação.

Outro ponto de vista interessante do diretor-executivo do ICAC diz respeito ao surgimento de novas lideranças do algodão entre produtores e profissionais de mercados de países como o Brasil. Independentemente da nacionalidade desses novos líderes, Townsend reafirma sua certeza de que as pessoas mais responsáveis por liderar esse processo de ressurgência do algodão serão os agricultores. Ele argumenta que os representantes dos demais setores (comércio, transporte, indústria, etc) têm interesse no sucesso do algodão, mas a maioria deles poderá encontrar outro meio de sobrevivência. O diretor-executivo discorda da opinião corrente de que a indústria da fiação não será afetada caso o algodão se torne um produto de luxo, a exemplo da seda e da lã.

9º Congresso Brasileiro do Algodão
Promoção: Abrapa - Associação Brasileira dos Produtores de Algodão
Realização: AMPA - Associação Mato-grossense dos Produtores de Algodão
Organização: Ponto Expo Eventos e Congressos
Data: 3 a 6 de setembro de 2013
Local: Hotel Royal Tulip Brasília Alvorada – Brasília (DF)
Tel.: (11) 5052-0296
E-mail:
contato@congressodoalgodao.com.br
www.congressodoalgodao.com.br

Fonte: Portal IMA mt

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