Prognóstico de cores para a indústria da moda

[Romildo de Paula Leite]

Por Francys Saleh
Designer e Docente no curso de design de moda na Universidade Católica de Pelotas (UCPEL)

Imagem: Reprodução

O prognóstico de cores está se tornando um grande negócio. Ele causa impacto não apenas no setor de vestuário, mas também nos cosméticos, utilidades domésticas, produtos de “estilo de vida” e automóveis. As companhias de pigmentos não podem arcar com os erros que custam caro e devem estar prontas para suprir a demanda por uma cor até dois anos antes da temporada de venda no varejo. Os especialistas em prognóstico de cor para a indústria da moda coletam informações de todas as partes do mundo sobre os números de vendas e as mudanças de interesse do mercado em relação às cores. Depois se reúnem duas vezes por ano na Europa e nos Estados Unidos para sintetizar e definir as grandes tendências da indústria.

Os principais corpos consultivos de cores são o British Textile Colour Group, o International Color Authority, o Color Association of the United States e o Color Marketing Group. Durante o processo de análise de dados os especialistas também observam e interpretam o contexto sociocultural subjacente e fazem projeções. Isso informa a provável direção que as cores seguirão na moda. Durante os anos 90, por exemplo, muitos consumidores se preocupavam com os prejuízos que os corantes químicos causavam no meio ambiente. Os profissionais de prognóstico de cor recomendaram as empresas de corantes e pigmentos que se concentrassem em tons e formulas mais naturais, o que promoveu o retorno ao uso de cores suaves e “naturais” e de tecidos “crus” na moda.

Os especialistas em prognóstico de cor não ditam as cores, mas analisam e interpretam os acontecimentos socioculturais e as preferências dos diversos setores do mercado para criar as “famílias” de cores. Há ciclos de cores de uma estação e de longa duração, e é possível se prever que certas cores estarão em alta em determinado período e que então darão lugar à outras cores, ou muito próximas ou opostas.

Referência:
JONES, Sue Jenkyn. Fashion Design: Manual do estilista
http://www.colourforecasting.com
http://www.colormarketing.org

Por Francys Saleh
Designer e Docente no curso de design de moda na Universidade Católica de Pelotas (UCPEL)