Projeto Incentiva Processo Criativo em Pequenas Confecções do APL do Vestuário de Maringá

[Textile Industry]

Seis empresas da cidade foram selecionadas para participar da primeira edição do +B APLs da Moda, uma parceria entre o Sebrae e a ABEST; a iniciativa levou capacitações especializadas, nas áreas de gestão de produto e gestão mercadológica

Seis empresas do Arranjo Produtivo Local (APL) do Vestuário de Maringá passarão a investir, cada vez mais, em criatividade e em brasilidade. O incentivo à mudança da cultura empresarial, sobretudo no processo de criação das coleções, foi a proposta da primeira edição do Projeto +B APLs da Moda, uma parceria entre o Sebrae e a Associação Brasileira de Estilistas (ABEST).

As seis empresas do noroeste paranaense foram escolhidas de acordo com a análise de critérios estabelecidos pela ABEST, entre todas que sinalizaram interesse em participar, após acompanharem recentemente, em Maringá, a palestra “Empreendedorismo Criativo - Moda como Inspiração para a Economia Criativa no Brasil”, com o gestor de Estratégia e Inovação da ABEST, Mauricio Medeiros. Estas empresas selecionadas para o +B APLs da Moda receberam intensivas capacitações especializadas (coletiva e individual) nas áreas de gestão de produto, com ênfase em processo criativo e design, bem como de gestão mercadológica, com foco no processo comercial e marketing.

De acordo com a coordenadora estadual do setor do Vestuário do Sebrae/PR, Carla Werkhauser, a ideia é aumentar a competitividade das micro e pequenas empresas ligadas à moda (têxtil, confecções, couro, calçados, gemas, joias, dentre outros), por meio da geração de negócios e da capacitação do setor, com viés no conteúdo criativo inovador.

“Com o +B APLs da Moda, mostramos aos empresários o quanto a sustentabilidade e a brasilidade são valorizadas quando o assunto é moda. Nesse mesmo contexto, a criatividade é um dos recursos mais importantes para diferenciação de uma marca num concorrido mercado”, observa Carla Werkhauser.

A coordenadora estadual ainda ressalta que o APL do Vestuário de Maringá foi o primeiro do País a receber a iniciativa graças a uma articulação do Sebrae/PR, com o Sebrae Nacional e com a ABEST. “Além dos trabalhos já realizados pelo Sebrae/PR em Maringá junto aos empresários, e, com o apoio de entidades parceiras, como o Sindvest (Sindicato da Indústria do Vestuário de Maringá e Região), foi possível garantir esse pioneirismo paranaense. Em todo o País, apenas 24 APLs ligados à moda receberão as ações previstas no convênio entre o SEBRAE e a ABEST”, explica Carla Werkhauser.

Na sequência do Projeto, as seis empresas participantes receberão também acompanhamento virtual, para, ao final de todo o processo, desenvolver dois produtos com caráter inovador, para serem expostos no Salão +B: Salão Brasileiro de Negócios de Moda e Conteúdo Criativo, que será realizado em outubro, em São Paulo.

“Durante o Salão + B, os empresário terão a oportunidade de mostrar a as características dos produtos desenvolvidos na região e, também, divulgar a moda paranaense produzida em Maringá, para o resto do País. Acredito que o Projeto deixará um legado para as empresas participantes, bem como para toda a região, pois o trabalho proporcionou uma mudança no modelo mental desses seis empresários e eles serão referência para outras empresas”, avalia Carla Werkhauser.

O consultor do Sebrae/PR em Maringá e gestor do APL de Vestuário de Maringá pela entidade, Élvio Saito, destaca que o APL é o segundo maior polo confeccionista do País. Segundo ele, o polo reúne mais de 3,8 mil empresas voltadas  para a área de confecção e também para atividades como estamparia, lavanderia, etiquetas, dentre outras. “O APL é muito bem caracterizado por uma rede de apoio da qual fazem parte entidades de representação, intuições de ensino, fornecedores, além de uma governança bem estruturada. Através do projeto B+ APLs da Moda teremos a oportunidade de promover o polo do vestuário da região como um todo”, avalia.

Processo criativo

Para a empresária Lucia Lourenço Lopes, sócia-proprietária da Only You, o processo de atualização para novas ideias é constante na empresa, com a participação em feiras e eventos de moda. “Nós produzimos moda ‘rápida’ e estou louca para fazer um produto 100% brasileiro e original. E eu me estimulei muito com a palestra sobre empreendedorismo criativo, tanto que, na hora que eu entreguei a ficha de inscrição, eu disse que tinha muito interesse em participar do projeto, pois eu tenho mais de 2 mil concorrentes no polo de Maringá e Cianorte”, avalia a empresária.

O empresário Luiz Costa, proprietário da marca Ópera.Z, observa que o cenário econômico, como a entrada dos produtos chineses no Brasil, exige um olhar atento dos empresários para a competitividade característica do setor. “A gente sempre busca inovações, ainda mais em tempos difíceis, pois acompanhamos a importação de muitos produtos chineses. Por que não fazemos o caminho inverso, mostrando a brasilidade de nossos produtos? Mas, primeiro, queremos vender bem o nosso produto para o mercado interno, para depois conquistar o mercado externo”, avalia Luiz Costa.

Há cerca de 20 anos prestando serviços para outras confecções, Izabel Angeli decidiu criar uma empresa e lançar no mercado a própria marca de roupas, que leva o nome da empresária. “Eu logo vi que o Projeto +B APLs da Moda me traria grandes oportunidades, principalmente porque a minha empresa é nova no mercado e ainda estávamos um pouco perdidos. Inclusive, estar entre as empresas selecionadas já foi uma vitória pra nós. A nossa participação foi muito importante para ajudar no foco da coleção e já estamos desenvolvendo os produtos que vamos expor no Salão + B”, diz Izabel Angeli.

Já para a empresária Mônica Assis, sócia proprietária da empresa Mon'dress Lingerie, a proposta do Projeto, em aliar a gestão de produto, com ênfase em processo criativo e design, bem como de gestão mercadológica, com enfoque no processo comercial e marketing, tornava a proposta interessante e completa.

“A gente sempre participa dos projetos desenvolvidos pelo Sebrae/PR e Sindvest, até para capacitar a empresa. Nessa questão da brasilidade, nós já trabalhamos com esse conceito. Por exemplo, não compramos nenhuma matéria-prima importada. Mas, a participação no projeto e material disponibilizado nos deu ideias para mais dez coleções”, conta Mônica Assis.

Sobre o Sebrae/PR

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