Industria Textil e do Vestuário - Textile Industry - Ano XVI

Industria Textil e do Vestuário - Textile Industry - Ano XVI

Na Heimtextil, que está a decorrer em Frankfurt até amanhã, há têxteis e matérias-primas regenerativas em exposição, numa tentativa de encontrar novos recursos para a indústria têxtil que não prejudiquem o planeta.

Fibras naturalmente abundantes, biomateriais, mas também artigos produzidos tradicionalmente por comunidades locais, preservando a cultura e o meio ambiente, fazem parte das propostas de materiais de futuro reunidas pelo gabinete de consultoria FranklinTill para um fórum presente na feira de têxteis-lar Heimtextil, que decorre até amanhã, 12 de janeiro, em Frankfurt.

«Com as atividades humanas a causarem já grandes prejuízos ao planeta, os atuais esforços em relação à sustentabilidade não estão a ser suficientes para responder à crise climática que estamos a enfrentar. O design regenerativo está empenhado em fazer melhor – criando práticas criativas holísticas que restauram ou renovam recursos, deixando um impacto ambiental positivo e ajudando as comunidades a prosperarem», explica o FranklinTill na exposição.

«Ao celebrarmos os designers, produtores e fornecedores pioneiros na vanguarda do design regenerativo, podemos facilitar e acelerar a mudança, permitindo que tanto as pessoas como o planeta floresçam», acrescenta.

Das fibras à rastreabilidade


Good Earth Cotton

Entre estes materiais está o Good Earth Cotton, usado por várias empresas portuguesas, como a Coton Couleur, que na feira tem em destaque produtos feitos com este algodão, proveniente da Austrália, que se destaca por ser carbono positivo, focando-se na preservação e regeneração dos solos.


FibreTrace

Este algodão tem ainda embebida a tecnologia FibreTrace, que através de um pigmento luminescente consegue assegurar a transparência e contar a história de um produto.

No âmbito da rastreabilidade, o fórum de materiais do futuro destaca ainda a tecnologia de ADN em matérias-primas da Haelixa e a solução de etiquetagem inteligente da Avery Dennison.

Fibras naturalmente abundantes, como as provenientes de algas, produzidas pela Kelsun, cânhamo como o que é feito pela Margent Farm e micélio, como os materiais que estão a ser apresentados pela italiana Mogu – que acaba de receber um investimento de 11 milhões de euros apoiado pelo grupo Kering –, fazem igualmente parte dos têxteis do futuro, acredita o FranklinTill.


Kelsun e Margent Farm


Climafibre

Há ainda quem esteja a usar resíduos para produzir materiais, como é o caso do Studio Marmite, que desenvolveu o (Un)Woven, um têxtil, com aspeto semelhante ao couro, feito com uma misturas de fibras não recicláveis pelos métodos convencionais, que pode ser tingido com pigmentos naturais extraídos durante o processo de reciclagem. Já a Malai trabalha com os produtores de cocos no sul da Índia para fazer materiais em “pele” vegetal, vegan e compostável.

A Climafibre, por seu lado, está a trabalhar em soluções que suportem a agricultura regenerativa usando girassóis – que quando em rotação com outras culturas contribuem para repor os nutrientes do solo. A partir do caule dos girassóis, a Climafibre faz fibras têxteis, usando as flores para produzir corantes naturais e as sementes para produzir revestimentos resistentes à água. No caso da Flocus, a planta em foco é o kapok.

Entre o laboratório e a tradição


BioSequin

Para combater a poluição causada pelo excesso de utilização de plásticos, a Radiant Matter desenvolveu a BioSequin, uma alternativa às lantejoulas produzida com celulose, que já foi usada por Stella McCartney, e a Synthesis trabalha com bactérias para produzir biomateriais à base de nanocelulose, pensados para substituir as peles naturais e os têxteis sintéticos revestidos.

A preservação das heranças culturais – como o trabalho realizado pela Norlha no planalto tibetano, onde produz vestuário e artigos para a casa feitos com lã de iaque, ou o da Turquoise Mountain, que procura preservar os artesãos em comunidades locais no Afeganistão, Myanmar e no Médio Oriente – e o cuidado com as comunidades, como o praticado pelo designer Fernando Laposse, a Anou Cooperative e a Fine Cell Work, enaltecem o pilar social da sustentabilidade e da busca por uma indústria têxtil mais amiga das pessoas e do ambiente.

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