Industria Textil e do Vestuário - Textile Industry - Ano XVI

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Qualidade do Algodão - Mercado Pressiona por Mais Deságio no Algodão do Brasil

Com cotações internacionais e demanda em declínio, o mercado de algodão enfrenta neste momento no Brasil um problema adicional: qualidade. De 10% a 15% da safra nacional está sendo classificada abaixo dos padrões acordados em contratos e, com isso, está recebendo níveis recordes de descontos no preço, segundo a Associação Nacional dos Exportadores do Algodão (Anea).

O principal problema de qualidade ao qual se refere a Anea é o baixo índice do chamado "micronaire", uma característica que permite, por exemplo, que a fibra tenha boa absorção de tinta num processo de tingimento. A entidade estima que a inconformidade se restrinja a cerca de 20% da pluma dos Estados de Mato Grosso, Mato Grosso do Sul e Goiás, o que significa cerca de 240 mil toneladas.

Como Mato Grosso responde por quase metade da safra do país, em termos nacionais, esses problemas de qualidade afetam volume equivalente a 10% ou 15% da safra brasileira - de 1,957 milhão de toneladas, segundo a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab). "De forma geral, é normal haver problemas de qualidade, mas não nesses volumes e com esses níveis de deságio", disse o presidente da Anea, Marcelo Escorel.

Nas últimas semanas, a Anea aumentou em 50% o valor do deságio sugerido aos seus associados - tradings - sobre o preço a ser pago a produtores que entregarem carga com problemas de micronaire. Esses deságios variam de 4,5 centavos de dólar a 22,5 centavos de dólar por libra-peso, dependendo do índice de micronaire. O desconto mínimo - 4,5 centavos ou 450 pontos - é sugerido às cargas entregues com índice entre 3.3 e 3.4 de micronaire. Um índice considerado apropriado pelo mercado está entre 3.5 e 4.9 de micronaire.

O aumento no deságio do preço ao produtor foi necessário porque na outra ponta, ou seja, no importador, as tradings também estão tendo que oferecer descontos elevados, afirma Escorel. "O ideal é que o produtor não entregue algodão que tenha esse tipo de problema", diz. O percentual médio de deságio nos clientes finais, segundo ele, varia de 1% a 10% do valor da carga, mas já extrapolou a questão da qualidade.

"As variáveis que estão definindo esses descontos não estão mais limitadas apenas à qualidade. Elas passam pelo tipo de cliente, o valor que ele pagou pela carga e se o mercado de destino está ou não desaquecido", pondera Escorel.

Segundo uma fonte desse segmento, a safra 2010/11, em conclusão, será de grandes perdas financeiras para as tradings. "Os deságios ao produtor estão entre 2% e 3%, mas as tradings estão tendo que dar descontos para o cliente final, que chegam a 5%", disse a mesma fonte.

A diretoria da Associação Brasileira dos Produtores de Algodão (Abrapa) não foi encontrada para falar sobre o assunto ontem, pois estava em viagem comercial à Coreia do Sul e a Taiwan. Mas há pouco mais de uma semana, o vice-presidente da Abrapa, Gilson Pinesso, avaliou que os problemas de qualidade atingiram uma parte pequena da produção de Goiás e, no máximo, 20% da safra de Mato Grosso.

Neste momento, o beneficiamento atinge 85% da safra brasileira de algodão, quando nesta época do ano já deveria ter sido concluído. Além do atraso no próprio ciclo da planta (e na colheita), também havia pouca infraestrutura de classificação e descaroçamento, o que atrasou o fim da safra em 30 a 45 dias, de acordo com Escorel.

Antes de surgirem os problemas de qualidade do algodão, o mercado da pluma já vinha de um período conturbado, de forte oscilação. As cotações internacionais saíram dos níveis de 70 e 80 centavos de dólar por libra-peso no segundo semestre de 2010 para US$ 2,14 em março deste ano.

No momento da colheita no Brasil, os preços já tinham recuado pela metade, para níveis de US$ 1 a libra-peso, o que causou alguns descumprimentos unilaterais de contratos e deixou várias empresas têxteis no mundo em dificuldades.

Ontem, os contratos futuros da pluma tiveram alguma recuperação na bolsa de Nova York. O papel com vencimento em março fechou em alta de 48 pontos, a 91,35 centavos de dólar a libra-peso.

Fonte:|http://www.valor.com.br/empresas/1114362/mercado-pressiona-por-mais...

 

 

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