Industria Textil e do Vestuário - Textile Industry - Ano XVI

Industria Textil e do Vestuário - Textile Industry - Ano XVI

 

No último artigo, fiz referência a um modelo de gestão que considera a qualidade como parte integrante do processo. Também comentei sobre a padronização dos processos e o modelo da Fundação Nacional da Qualidade. Levando em consideração esse modelo e as discussões sobre como analisar e avaliar o resultado da implantação de novos modelos, neste artigo vou abordar a implantação e o uso sistemático de indicadores de desempenho, explorando o assunto de forma prática e sem apego a esta ou àquela metodologia.

Em muitas empresas do ramo de confecção, os gestores não fazem uso correto do indicador mais básico entre todos, a lucratividade. Se o gestor não tem noção de como está o lucro de sua empresa, podemos acreditar que ele sabe como estão a qualidade e o nível de satisfação dos clientes com o seu produto? Não, não podemos, pois ele provavelmente não sabe.

É muito importante que o gestor desenvolva indicadores para seu negócio, que devem ser analisados e acompanhados, para entender o quanto sua empresa está satisfazendo a todos os stakeholders, ou seja, todos aqueles grupos que, direta ou indiretamente, influenciam o desempenho de uma empresa.

Como dica para o desenvolvimento de indicadores, é muito importante entender que se deve saber qual é o objetivo principal da empresa. Em seguida, considere os cinco principais influenciadores no desempenho de seu negócio: clientes, fornecedores, acionistas ou sócios, funcionários e sociedade. Em seguida, defina os aspectos importantes a serem considerados no relacionamento da empresa com cada um desses stakeholders.

Para citar alguns exemplos: no relacionamento com clientes, talvez o preço e a qualidade sejam determinantes; em relação aos fornecedores, o volume e o preço de compra; em relação aos acionistas ou sócios, a lucratividade; no que tange aos funcionários, os salários e as condições de trabalho; já para a sociedade de modo geral, os impactos ambientais. Esses são apenas alguns exemplos. É importante ressaltar que esses aspectos podem ser diferentes ao se considerar cada uma das empresas.

Definidos os indicadores, é importante fazer a extensão deles para os processos dentro da empresa, a fim de mensurá-los. Como exemplo, vou citar a qualidade do produto. Para medir o nível de qualidade internamente, devem ser criados indicadores de processo e de produto, de forma que todos os processos sejam monitorados e os níveis de retrabalho e devolução, por exemplo, sejam medidos.

Essa metodologia que abordei é apenas uma forma de desenvolver indicadores e acompanhá-los, existem outras maneiras, como Balanced Scorecard, por exemplo. Para mais informações sobre o assunto, sugiro a consulta da seção de artigos do website da Fundação Nacional da Qualidade (www.fnq.org.br), bem como do artigo que serviu de inspiração para este, de autoria do meu estimado professor Pedro Luiz de Oliveira Costa Neto e de Roberto Antonio Martins publicado na revista Gestão & Produção v. 5, n. 3, p. 298-311.

 

Fábio Romito é técnico têxtil, administrador de empresas e mestre em engenharia de produção. Atua no mercado de confecção há mais de 25 anos, sendo quase 20 dedicados a consultoria e treinamento em empresas de vestuário. É professor universitário em cursos de graduação e pós-graduação nas áreas de moda e administração.

romitofabio@gmail.com

http://www.costuraperfeita.com.br/edicao/26/materia/qualificacao.html

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