Por Juliana
Nas lojas de departamento gringas tipo Forever 21 e H&M, a cena de uma bacia com peças de qualidade duvidosa sendo vendidas a um preço inacreditavel já matou muita brasileira do coração.
Roupa no Brasil ainda é um artigo caro, embora estejamos aderindo a essa forma de consumo rápido. Impressão nossa ou há dez anos ninguém chamaria a C&A de “fast fashion” apenas por ser mais em conta?
Podia até ser que a roupa já fosse meio descartável, de qualidade a desejar, mas a nossa intenção, o nosso fetiche era de que aquilo durasse. Hoje, estamos abrindo mão da durabilidade. Difícil admitir, mas é até desejável que uma peça acabe logo, que se decomponha na mesma velocidade das nossas vontades.
A gente sabe que nem sempre foi assim, mas é bom lembrar que essa noção de roupa barata (em todos os sentidos!) é muito nova.
EM 1902, UM VESTIDO SIMPLES CUSTAVA R$ 985
No livro “Service and Style”, Jan Whitaker conta a história das lojas de departamento e de como esse comércio alterou nossa maneira de consumir. Segundo ele, em 1902 um vestido prêt-à-porter custava no mínimo $25 (o equivalente a $621.50 hoje!) na Marshall Field’s, loja que deu origem à Macy’s.
Para a maioria das mulheres, valia mais a pena comprar um terninho que custava a partir de $7.95 ($190) ou, melhor ainda, uma “shirtwaist”, modelo de camisa feminina antiga que custava 39 centavos de dólar ($9.34) e era o mais perto que uma pessoa podia chegar do conceito de fast fashion. Exceto pelo fato de que as “shirtwaist” não se desgastavam na segunda lavagem nem eram substituídas a cada meia temporada.
Com lojas tão caras, todo mundo corria para a costureira, aprendia a se virar com linha e agulha, entendia de tecido. Hoje, as pessoas vão buscar suas roupas na China, mas não batem na porta da costureira do bairro.
OS ESTADOS UNIDOS PRODUZEM APENAS 3% DAS ROUPAS QUE VESTEM
Atualmente, apenas 3% das roupas vendidas nos Estados Unidos são produzidas naquele país. Vamos refletir se isso é exemplo da próxima vez em que nos flagrarmos babando pela forma como eles consomem de baciada?
O resultado disso não é economia nem se vestir melhor. Basta olhar fotos de como as pessoas comuns se vestiam 1900 e andar na rua reparando como anda a situação para saber que todo esse acesso ao consumo não se traduz em elegância.
Quanto à questão da economia, pega uma cadeira porque a coisa é feia: em 1930, a maioria das mulheres americanas se virava com cerca de nove roupas. Hoje, cada uma delas compra em média 60 novas peças por ano!
Os americanos, que gastaram $7.82 bilhões em roupas em 1950, chegaram ao montante de $375 no ano passado.
O QUE VESTIR?
A moda brasileira tem mil problemas e os preços raramente são amigáveis. Mesmo assim, é super o caso de pensar se esse modelo americano de consumo que estamos copiando é mesmo legal.
Chegamos a um estágio meio limite depois do recente episódio da Zara. De um lado, é apavorante continuar comprando em uma loja que escravizou um grupo de pessoas por pelo menos três anos dentro do nosso país. Do outro, há uma forte desconfiança de que a Zara não seja exceção e que boicotá-la não resolva muita coisa.
Dentro do modelo de produção e consumo que tenta conciliar o interesse dos clientes de pagar uma pechincha e o interesse das lojas de lucrar loucamente, valores como qualidade, estilo, honestidade, originalidade e, opa, até direitos humanos, têm ficado de fora da sacola de compras.
Fonte:|http://oficinadeestilo.uol.com.br/blog/2011/09/01/quanto-custa-uma-...
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Neste ultimo paragrafo, podemos até considerar que fiquem fora da sacola de compras valores como qualidade, estilo, originalidade, agora me desculpem talvez eu esteja muito radical, honestidade e direitos humanos não podem ser deixados de fora.
Trabalho escravo, mais uma vez, para que não esqueçamos, é CRIME, não tem outra qualificação
Então, como disse o Marcos acima, lojas de roupas por 10,00. Disse bem, ROUPAS e não produtos de moda! E essas lojas são destinadas ao público D e E. Mais atualmente um grande numero de consumidores são o da classe C, e esses não querem apenas roupas, e sim querem consumir moda, e não querem pagar o preço.
É ai que os produtos chineses entram no mercado, e infelizmente a maioria dos consumidores da classe C não tem interesse na procedência desse produto. Então coloca na sacola todo esse pacote... inclusive, o trabalho escravo! Mais enquanto o "bolso" $$$ dos consumidores, e dos empresários (que compram tecidos chineses) forem o centro das atenções, estaremos sim, apoiando o trabalho escravo!
Então já entra outra questão, que é concientização!
barato esse negocio so e bom para os china e para a feira da madrugada que fica no bras ,nos confecçionista e que paga o pato agora e moda dizer que estamos escravizando boliviano aonde vamos parar tendo que fazer as
tripa o coração
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