Industria Textil e do Vestuário - Textile Industry - Ano XVI

Industria Textil e do Vestuário - Textile Industry - Ano XVI

Nos últimos 30 anos, a China deixou de ser um simples ponto no radar das marcas de luxo, ocupando atualmente uma posição indiscutível no mercado de luxo mais importantes do mundo.

Na década de 1980, poucas marcas tinham uma posição no país, devido às severas restrições do governo chinês face às entidades estrangeiras. Mas desde 2000, na esteira de grandes mudanças políticas, económicas e sociais, o luxo inundou o país. Até 2010, mais de 40 marcas entraram China e foram recompensadas nas suas vendas.

Quando a China começou a desvalorizar a sua moeda a 11 de agosto, de forma a impulsionar a economia e os produtores nacionais, em última análise, conduzindo a uma desvalorização de 3% do yuan face ao dólar americano, as marcas de luxo tremeram. Umas mais do que outras. Algumas marcas têm vindo a depender substancialmente dos compradores chineses para a obtenção de uma parte significativa da sua receita, especialmente considerando as compras feitas por compradores chineses que viajam para o exterior. A desaceleração nos gastos de luxo em território chinês atingiu, diretamente, as empresas dependentes de consumidores chineses, onde quer que eles efetuem as suas compras.

Para descobrir o quanto a desvalorização do yuan poderá prejudicá-las, o Deutsche Bank analisou os números e determinou quais os que dependem mais da China para a obtenção da sua receita. Liderando esse grupo, figuram a Swatch, Salvatore Ferragamo, Burberry e Gucci, principal marca do grupo Kering.

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Esses números são elevados, mas destacam-se ainda mais se consideram as compras de luxo efetuadas por cidadãos chineses fora da China. Os consumidores chineses gastam mais em bens de luxo no exterior do que em casa, muitas vezes em locais como o Japão ou Europa, com taxas de câmbio mais favoráveis. As receitam da Swatch e da Richemont, ambos fornecedores de relógios de luxo e joias, dependem mais de 40% das vendas efetuadas por compradores chineses no mundo, de acordo com o Deutsche Bank.

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Posto isto, o Deutsche Bank destaca que a desvalorização do yuan não deverá prejudicar o mercado de forma tão devastadora quanto antecipado. Essa visão moderada foi ecoada por analistas da Exane BNP Paribas. O Deutsche Bank estima que, se o yuan desvalorizar um total de 5% em relação a outras moedas e as marcas não tomarem quaisquer medidas face a este acontecimento (o que é improvável), «resultaria, em média, num potencial impacto negativo sobre os lucros de cerca de 4%». A Swatch teria um resultado um pouco pior, perdendo até 7%.

Certamente, esse é um valor que as marcas não querem perder e, no curto a médio prazo, as vendas poderiam sofrer um pouco, se a China desvalorizar mais o yuan. Porém, como o Deutsche Bank aponta, a economia da China está ainda a crescer, e as vendas de luxo deverão crescer a par dela. «A demografia poderosa da classe média da China deverá continuar a fornecer combustível para o crescimento da procura de luxo por muitos anos», afirma.


FONTEQUARTZ

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