“Se a roupa é barata, quem está pagando o preço?”, esta é a provocação central do documentário recém-lançado The True Cost, disponível no Netflix, já comentado no post do Fabricio Teixeira. A crítica é dura para o sistema da moda, ainda mais para o modelo fast fashion. A competitividade e a alta frequência das coleções pressiona os fornecedores a cortarem custos, diminuir salários e ignorar medidas de seguranca. E, pra nós, consumidores, a pergunta que fica é #whomademyclothes?
Quantas roupas do nosso guarda-roupa foram feitas sob condições inadequadas de segurança, salário e mão de obra infantil? A dura realidade é que nos escondemos atrás da ignorancia, com medo de descobrir como são produzidas. Ninguém nos diz e não perguntamos.
A campanha “The 2 euro T-shirt” do movimento Fashion Revolution teve 6 milhões de views no you tube e nos mostra que não compramos apenas uma roupa ou acessório barato, mas toda uma cadeia de valores e relações, até então invisíveis.
Quanto ganham quem faz nossas roupas? Qual a margem de lucro das marcas que escolhemos vestir? Estamos confortáveis com isso? Como podemos pressionar as marcas que gostamos a nos oferecer esta informação e serem transparentes? É possivel criar uma forma de rastrerar quem são as pessoas que fazem as peça de roupa que compramos? E se cada roupa viesse com o nome da pessoa, de onde ela é, o quanto ela ganhou pra fazer aquela roupa? Estamos dispostos a pagar um pouco a mais para ter rastreabilidade do que consumimos?
O movimento global #fashionrev pede a reforma do sistema na cadeia da moda e nos convida a agir pressionando as marcas. Você tira uma selfie com a roupa e a etiqueta, taggeia a marca e usa a hashtag #whomademyclothes.
Não é um problema fácil de resolver, é complexo e demanda ação de todos os atores do sistema da moda: pro-atividade das empresas a reverem seu modelo de negócio e consequentemente sua margem de lucro, leis internacionais que pressionem a indústria e garantam condições de trabalho saudáveis e salários dignos e consumidores mais conscientes e interessados.
Do nosso lado, como consumidores, fica a reflexão de que sistema queremos alimentar e qual o custo social da nossa vestimenta. Vamos lembrar que tudo o que vestimos foi tocado por mãos humanas e, como consumidores, temos o poder de incentivar os negócios, pro bem e pro mal.
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