A indústria nacional têxtil e de vestuário enfrenta um momento difícil e, ao que tudo indica, esse cenário não deve melhorar em 2014, quando o setor pode amargar uma queda de 6% a 7% na produção e na receita, segundo projeções divulgadas ao DCI pelo Sindivestuário.
"Em 2014, o segmento sofrerá com três agravantes: carnaval, Copa do Mundo e eleições. O varejo só inicia suas compras após o carnaval, que em 2014 acontece no início de março. Já a Copa deve beneficiar os itens importados, enquanto a eleição pode atrapalhar o mercado", explica o presidente da Sindivestuário, Ronald Masijah.
Neste ano, de acordo com o levantamento da entidade, a indústria nacional têxtil e de vestuário deve registrar uma queda de 3% na produção e também na receita, em comparação com o mesmo período de 2012. Dessa maneira, o faturamento do segmento chegaria a casa dos R$ 56,6 bilhões em 2013.
Já os fabricantes paulistas irão fechar este ano com uma taxa bem mais preocupante, de 15% de retração na produção e no faturamento. "A diferença entre a taxa nacional e a regional pode ser explicado pela migração de algumas empresas para outros estados do País, capazes de oferecer cargas tributárias melhores, o que contribui para o aumento de competitividade", afirma o executivo.
Segundo a entidade, outro fator que chama a atenção é o déficit de US$ 5 bilhões na balança comercial do setor de vestuário em 2013. No próximo ano, esse índice deve aumentar. "O déficit pode chegar a US$ 6 ou US$ 6,5 bilhões em 2014, se fizermos uma projeção conservadora", reforça o presidente.
Pleito
Para devolver competitividade às indústrias paulistas da área de confecção, a Sindivestuário entregou ao governo do Estado de São Paulo, no fim do mês de outubro um estudo apontando os altos custos do setor com mão de obra, o que torna mais caro o produto final.
Para amenizar o problema, a entidade propõe a criação de um crédito presumido, capaz de diminuir os custos anuais das empresas na área tributária. "Entregamos o estudo e agora estamos esperando uma resposta do governo. Acreditamos que a partir do mês de março do ano que vem essa questão será avaliada. Isso ajudará as indústrias de confecção do estado de São Paulo", conclui Masijah.
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