Industria Textil e do Vestuário - Textile Industry - Ano XVI

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Reestruturação Industrial Têxtil em SC: Tecido Institucional no Vale do Itajaí

Igualmente realçados foram os vínculos institucionais existentes na região. Tendo em vista elevada e histórica representatividade da produção têxtil-vestuarista no Vale do Itajái, a presença de instituições ligadas às indústrias e empresas não surpreendem. A avaliação dos órgãos de educação profissional como o Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial – Senai, basicamente, foi positiva, indicando que os aspectos correspondentes representavam elementos favoráveis à competitividade,

De fato, conforme sublinhado, a qualificação da mão-de-obra constituía atributo fundamental do Vale do Itajaí no entendimento da maioria das empresas. Observe-se que qualificação queria dizer, para as Pequenas e Médias Empresas - PMEs, destreza e familiaridade com as tarefas vinculadas à produção têxtil-vestuarista, algo geralmente relacionado ao conhecimento tácito. Contudo, os Centros de Educação Tecnológica – CETs do Senai em Blumenau e em Brusque oferecem um extenso e variado leque de atividades ligadas à educação profissional na área têxtil-vestuarista, essenciais para o treinamento da mão-de-obra na região.

  Os laboratórios instalados nas dependências do Senai, em Blumenau e em Brusque, inspiraram depoimentos elogiosos. O Senai de Blumenau abriga o Centro de Pesquisas e Desenvolviemnto de Estudos Têxteis – Cepetex e a Fundação Blumenauense de Estudos Têxteis – FBET, onde se fazem testes de resistência, alongamento e imperfeições em fios e fibras, e no Senai de Brusque encontram-se instalados laboratórios que efetuam testes químicos e físicos, por exemplo. Recentemente, em outubro de 1999, o CET de Blumenau foi transformado em Centro de Tecnologia do Vestuário – CTV, voltado ao ensino tecnológico, à assistência técnica e tecnológica explica a avaliação das PMEs sobre o Senai, cujas atividades foram consideradas decisivas por 90% das firmas.

  Cabe destacar igualmente a Fundação Universidade Regional de Blumenau – Furb, que parece atuar de forma articulada com os interesses do setor produtivo no que diz respeito à tecnologia e ao desenvolvimento. Neste âmbito acadêmico, tem florescido estudos que auxiliam a acompanhar a situação dos setores têxtil e vestuarista na região, conforme ilustrado em outros trabalhos acerca do tema.

  É importante assinalar que as PMEs geralmente desdenham, por assim dizer, a atuação das prefeituras municipais. Embora várias tenham evitado se pronunciar sobre o assunto, só uma empresa considerou positivo o desempenho da administração pública local, tendo a maioria se declarado indifente. As associações empresariais, de sua parte, mereceram destaque, sobretudo a Associação Comercial e Industrial de Blumenau – Acib, que despontou inclusive na comparação com outras instituições: um médio fabricante de artigos esportivos de Blumenau fez questão de frisar que a Acib funciona, porém o sindicato patronal, Sintex, deixa a desejar. Ainda assim, 1/3 das firmas considerou que, embora importante, a participação em associações empresariais não chegava a influenciar, de fato, a competitividade.

  Deve-se assinalar que a Acib e o Sintex são os principais espaços de articulação do empresariado têxtil-vestuarista de Blumenau. Ambos são dominados pela elite empresarial de ascendência germânica que está à frente das empresas tradicionais (principalmente grandes empresas ou grupos industriais). Entretanto, as duas instituições parecem atuar de maneiras consideravelmente distintas.

  De fato, sugere-se que há uma divisão de tarefas entre esses dorganismos. O Sintex defenderia principalmente os interesses do grande empresariado, tanto que a participação de empresários de menor envergadura seria desestimulada, através de mecanismoa como imposição de taxas elevadas de contribuição e a deliberada exclusão de incentivos, específicos para diferentes tamanhos de empresas. A Acib, de sua parte, contemplaria a articulação de todo o empresariado, de uma forma ampla, não obstante o caráter elitista e tradicional da instituição. Principalmente nos últimos anos, a associação teria procurado ampliar a sua representatividade pelo estímulo à participação de empresas menores. A tradução disso é uma maioria de associados composta de micro e pequenos empresários atraídos por serviços como assessoria jurídica, cursos de especialização profissional, eventos como seminários e palestras sobre temas de interesse e apoio para frequentar feiras no Brasil e no exterior.

http://www.administradores.com.br/artigos/cotidiano/reestruturacao-...

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