Industria Textil e do Vestuário - Textile Industry - Ano XVI

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Representantes De Varejo Têxtil Negam Emprego De Trabalho Escravo

Larissa Ponce
Reunião Ordinária
CPI do Trabalho Escravo realizou audiência para discutir denúncias sobre mão de obra no setor de vestuário.

Representantes de várias empresas de vendas do varejo do setor têxtil negaram em audiência pública na quarta-feira (27) o envolvimento com trabalho escravo, mas admitiram não ter condições de controlar a cadeia produtiva. Eles foram convocados para prestar esclarecimentos na CPI do Trabalho Escravo sobre a mão de obra utilizada na confecção dos produtos comercializados pelas lojas.

O diretor jurídico das Casas Pernambucanas, Eduardo Cidade, afirmou que a empresa realiza contrato com fornecedores que são legalizados, mas admite que não há como investigar a atuação dessas empresas. "Por melhor que seja feito o trabalho de auditoria, nos falta algo muito importante que é o poder de entrar nessas empresas e auditar efetivamente toda a sua documentação e constatar a veracidade das informações prestadas", afirmou.

O diretor de marketing da C&A, Élio França, informou que a loja mantém desde 2010 um programa de qualificação de seus fornecedores para que eles não utilizem trabalho degradante, sob pena da perda de contrato. Ele disse ainda que a empresa disponibiliza, desde o ano passado, relatório com a prestação de contas das ações de prevenção desse tipo de trabalho.

Roberto Sampaio, diretor comercial das lojas Marisa, afirmou que a empresa assinou um Termo de Ajustamento de Conduta (TAC) no Ministério Público e, desde então, vem cumprindo as determinações legais com implementação de vistorias nos fornecedores. Ele afirmou, no entanto, que a empresa não tem acesso às oficinas de costura contratadas pelos fornecedores.

João Pedro Braga, administrador da sociedade Zara, informou que a empresa e os fornecedores assinaram um pacto para erradicação de trabalho em condições degradantes. Afirmou que a empresa assinou um TAC há seis meses e está atuando no controle da cadeia de fornecedores e na melhoria das condições laborais no setor têxtil.

A diretora de marketing da Gregory, Andréa Duca, disse aos deputados que o fornecedor da empresa estava de acordo com a lei, mas que também tinha serviços terceirizados e destacou a impossibilidade de fiscalizar todos eles.

Responsabilidades
O presidente da CPI, deputado Claudio Puty (PT-PA) destacou a postura divergente das empresas em relação às suas responsabilidades com os fornecedores: enquanto umas realizam auditorias, outras dizem que não tem condições para fazer isso. Para Claudio Puty, a CPI pode contribuir propondo uma lei que defina as obrigações de cada um dos participantes da cadeia produtiva na indústria têxtil.

“O Brasil não tem uma clara lei que responsabilize as empresas pela sua cadeia de fornecedores. Toda a responsabilidade que nós temos está associada fundamentalmente a medidas administrativas do Ministério do Trabalho", afirmou

Segundo Ivan Valente (PSOL-SP), as empresas minimizaram na CPI a situação de trabalho escravo verificada em São Paulo. Ele defende a realização de uma acareação entre os fiscais do trabalho e as lojas de varejo.

"Nós precisamos ouvir os fiscais do trabalho acompanhar com muito mais rigor os autos que foram feitos sem a qual não podemos fazer um questionamento rigoroso. Vou convocar novamente todos aqueles que depuseram e outros que venham a aparecer."

Da Redação/RL
Com informações da Rádio Câmara

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Respostas a este tópico

Não conheço nenhuma confecção que não permita que ,por exemplo, uma americanas não entre em suas dependencias para verificar como estão sendo feitas as suas encomendas.Se a CPI acreditou nisso ,deixa pra la.

Todo fornecedor aceita que seu cliente visite as suas instalações.

Basta verificar se o valor pago pela mão de obra é o suficiente cobrir os custos de uma empresa COMPLETAMENTE legalizada a ainda gerar resultados para investimentos futuros e remuneração de capital dos sócios. Não dá ? Então levando em consideração que toda empresa tem que ser legalizada e tem que gerar resultados, é obvio que existe alguma coisa errada. Se verificarmos os valores pagos como mão de obra, pela maior parte dessas "Grandes Empresas" não precisa nem fazer muita conta para constatar que alguém esta trabalhando quase de graça. Todos eles sabem disso, mas não se importam nem se sentem responsáveis. Guardadas as devidas proporções, é como um traficante que não se acha responsável pela vida dos dependentes, já que ele vende o produto, mas usa quem quer.
As grandes empresas cada vez mais diminuem os preços a serem pagos pelos serviços e nunca tiveram a menor preocupação em saber quais as conseqüências desses ajustes. O que mais me enoja é que a maioria dessas empresas gastam fortunas para manter o frigobar da diretoria abastecido, ou em almoços, jantares e farras para clientes, representantes ou grandes fornecedores, mas não paga 0,20 a mais em uma costura, mesmo que isso signifique "quebrar"ou "viabilizar" uma pequena empresa.
Não tenho oficina de costura nem confecção e portanto não tenho interesse em puxar a sardinha para lado algum, mas tenho bom senso e sei que o preço do leite, do arroz, ou de um medicamento é o mesmo para qualquer cidadão, não importa se é uma costureira ou um Gerente Comercial, então basta ter inteligencia e um pouquinho só de atenção para saber se existe trabalho escravo ou não.

Concordo em tudo que vc escreveu.

Estes magazines aí citados exploram ate a ultima gota de suor do fornecedor e na hora de colocar a mercadoria nas araras para vender quadriplicam o preço da mercadoria.Além dos fabricantes concorrerem com os produtos da China; na hora de vender para os magazines temos que arriar as calças....

me desculpe   as  autoridades que  estan   fasem  de  tudo pra erradicar otrabalho escravo mas  so  vou conseguir erradicar  o trabalho escravo  em  sao paulo cuando  as  grandes lojas  de  varejo  y  grifis  paguen preço justo pela mão de obra  

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