Industria Textil e do Vestuário - Textile Industry - Ano XVI

Industria Textil e do Vestuário - Textile Industry - Ano XVI

O Camboja não possui uma indústria têxtil de base, a responsabilidade social corporativa é mais uma questão burocrática, a formação e a produtividade dos trabalhadores são baixas e ultimamente ocorreram vários acidentes graves nas fábricas do país.  

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Reputação em perigo - Parte 2

A reputação do Camboja como referência para os direitos dos trabalhadores da indústria do vestuário está cada vez mais difícil de manter, mas mesmo assim o país está em constante crescimento ao nível da atração do investimento estrangeiro e aumento das exportações (ver Reputação em perigo - Parte 1).

A iniciativa Better Factories Cambodia (BFC) da Organização Internacional do Trabalho é um programa de monitorização de fábricas que foi criado em 2001 com a missão de melhorar o cumprimento da legislação laboral e as normas em fábricas de vestuário do Camboja, bem como promover o sector ao nível internacional entre os compradores.

Mas um relatório publicado em fevereiro deste ano, intitulado “Monitoring in the Dark”, pela Stanford International Human Rights and Conflict Resolution Clinic, em parceria com o Worker Rights Consortium, sugere que em muitas áreas o BFC não conseguiu resolver os contínuos graves problemas de direitos laborais na indústria de vestuário do Camboja.

Em particular, o relatório refere que, durante os 11 anos de operações da BFC no Camboja houve uma quebra nos níveis salariais e de segurança básica de trabalho, incluindo o uso generalizado de contratos temporários para os trabalhadores, intimidação dos sindicatos e horas extra em excesso.

No entanto, os relatórios de acompanhamento periódico da BFC pintam um quadro que mantém as partes interessadas felizes, incluindo o pessoal da BFC, o governo americano (que até 2005 aliou a expansão anual da quota das exportações de vestuário do Camboja para os EUA com a melhoria no ambiente de direitos laborais), as marcas e retalhistas sensíveis às questões da RSE que aprovisionam no Camboja, o governo cambojano, os fabricantes de vestuário do país e a sua associação GMAC e até mesmo algumas organizações não-governamentais. Isto contrasta com os relatórios mal elaborados, mas muito mais realistas, dos sindicatos do Camboja, que destacam os trabalhadores cambojanos mal pagos e sobrecarregados.

Também de interesse é a mudança da perspetiva nas responsabilidades da cadeia de aprovisionamento.

Em março de 2013, enquanto a GMAC estava a realizar negociações complicadas com os sindicatos sobre um novo salário mínimo, o secretário-geral Ken Loo afirmou que «uma questão em que a GMAC é flexível é na contribuição financeira das marcas quando se trata de pagar salários. Não temos nenhum problema em pagar o que quer que seja aos trabalhadores, desde que o dinheiro adicional venha dos compradores».

Além disso, o efeito dos recentes programas de desenvolvimento de competências na produtividade da indústria do vestuário do Camboja deve ser avaliado.

Mona Tep, diretora da SHRM&P, que evoluiu a partir do Centro de Produtividade da Indústria de Vestuário financiado pela USAID, salienta que dois terços das empresas de vestuário do Camboja substituíram trabalhadores estrangeiros chineses como supervisores por pessoal cambojano muito mais barato.
 http://www.portugaltextil.com/tabid/63/xmmid/407/xmid/42517/xmview/...

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