Industria Textil e do Vestuário - Textile Industry - Ano XVI

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Resíduos têxteis: por que é tão difícil reciclar roupas?

Produção pulverizada, falta de investimentos em pesquisa e incentivos fiscais e falta de dados contribuem para que resíduos têxteis se tornem uma dor de cabeça.

Glamour à primeira vista, um colosso de desperdício nos bastidores. Indústria de excessos, a moda produz toneladas de resíduos têxteis por ano – um volume que, no Brasil e no mundo, termina majoritariamente em lixões, aterros e nos oceanos.

De acordo com o IEMI – Inteligência de Mercado, em 2022 foram compradas 6,3 bilhões de peças de roupa. Porém, sem investimento em pesquisa ou incentivos do governo, e sem uma política sólida de gestão de resíduos, a estimativa é que essas compras resresultaram em 192 mil toneladas de lixo têxtil.

Para entender o final do processo de produção da moda, é importante olhar para o começo. Segundo o relatório Fios da Moda, o Brasil tem o sistema de produção têxtil mais complexo do Ocidente.

Funciona de forma linear, com etapas bem definidas do começo ao fim. Somos o quarto maior produtor e consumidor de denim (jeans) e malhas do mundo, o que mostra nossa influência tanto no mercado local quanto internacional.

Com isso, o problema do lixo têxtil começa já na fabricação das roupas, principalmente na fase de corte do tecido. Enquanto algumas grandes empresas tentam adotar práticas de ‘desperdício zero’ usando tecnologia ou reciclagem, muitos pequenos e médio produtores ainda jogam fora o que sobra, principalmente por falta de informação. O Sebrae estima que, na produção de uma simples camiseta de algodão, metade do tecido vai para o lixo.

Os bairros do Brás e Bom Retiro em São Paulo são grandes produtores de lixo têxtil. Segundo o relatório Fios da Moda, só na região central da cidade são geradas cerca de 63 toneladas de resíduos têxteis por dia. Desse total, 12 toneladas vêm do Bom Retiro e impressionantes 45 toneladas são do Brás — isso equivale a 16 caminhões de lixo diariamente. A prefeitura São Paulo afirma que a Operação Centro Limpo, que inclui os distritos Brás, Pari e Belém, coleta coleta sete toneladas de resíduos na região por dia, em caixas e descartados nas ruas.

Outro problema é a falta de dados atualizados e consistentes. Muitos números são antigos ou se contradizem. Segundo a Abrelpe, o Brasil descarta não 192 mil toneldas, mas 4 milhões de toneladas de resíduos têxteis por ano. A entidade ainda aponta que o país deixa de arrecadar R$ 14 bilhões por ano com a falta de investimento na geração de emprego no ramo da reciclagem.

https://www.cartacapital.com.br/blogs/fashion-revolution/residuos-t...

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