Industria Textil e do Vestuário - Textile Industry - Ano XVI

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Investigadores da Universidade de Cornell, nos EUA, desenvolveram um novo método para criar revestimentos resistentes à chama, antibacterianos e antirrugas a partir de resíduos de têxteis de poliéster.

[©Juan Hinestroza]

Os investigadores cortaram têxteis de poliéster e decompuseram-nos numa espécie de sopa de matérias-primas, corantes e aditivos, antes de acrescentar uma solução metálica que se liga, seletivamente, aos blocos de monómeros de poliéster.

Estes formam depois umas pequenas jaulas – chamadas estruturas metalo-orgânicas –, que ficam no fundo da solução e podem ser usadas para fazer os revestimentos depois de serem manipuladas para diferentes utilizações, nomeadamente para aplicação em tecidos de camisaria que não se enrugam, batas cirúrgicas antibacterianas ou tecidos para vestuário de bebé ou uso industrial que exigem resistência à chama.

«Uma meta do meu laboratório é criar um revestimento universal que sirva de base a todos esses fins, embora ainda estejamos longe disso», revela Juan Hinestroza, diretor do Laboratório de Nanotecnologia Têxtil na Faculdade de Ecologia Humana da Universidade de Cornell.

«Pensamos que as nossas roupas são recicladas ou reprocessadas, mas a maior parte das vezes são, na verdade, enviadas para outros locais como resíduos sólidos», aponta o professor, que acredita que este novo método pode ser uma solução para os resíduos produzidos pelas indústrias do têxtil, do vestuário e do calçado, que serão responsáveis por 20% dos resíduos sólidos mundiais e, dessa forma, evitar que este tipo de resíduo acabe em lixeiras em países da Ásia e África. «O nosso principal objetivo é oferecer um caminho para reutilizar este material», acrescenta.

Antes da investigação, feita no âmbito do doutoramento de Yelin Ko, que é a autora principal do estudo publicado no jornal Industrial & Engineering Chemistry Research, muitos acreditavam que os corantes e impurezas na mistura interferiam com o processo, mas esta prova de conceito mostra que os aglomerantes derivados do poliéster podem unir-se aos compostos metálicos presentes na solução, apesar da presença de outros materiais.

A investigação descreve um processo em ciclo fechado, no qual os materiais que são descartados podem ser reutilizados e, dessa forma, contribuir para uma economia circular – que é um foco de muitos dos investigadores na área da sustentabilidade na Universidade de Cornell, conclui Juan Hinestroza.

https://portugaltextil.com/residuos-texteis-sao-materia-prima-para-...

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