Industria Textil e do Vestuário - Textile Industry - Ano XVI

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Crise: mesmo em ambiente desfavorável, duas das maiores varejistas do país aceleram a abertura de lojas no segundo trimestre.

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Mesmo num ambiente francamente desfavorável, duas das maiores varejistas do setor brasileiro de vestuário aceleraram a abertura de lojas no segundo trimestre do ano. A Riachuelo chegou em julho a um total de 271 unidades — 14 a mais em relação ao fim do ano passado, enquanto a Renner acrescentou dez lojas a sua base, saltando de 248, no quarto trimestre de 2014, para 258 em junho. A maioria dessas inaugurações aconteceu entre abril e junho.

A expansão, ainda que tímida, contrasta com o encolhimento das redes de dois outros peso pesados do setor varejista de vestuário, Marisa e Hering. Em 8 de maio, a Marisa anunciou a inauguração de uma nova loja em Manaus — na época, contabilizava 414 unidades, contra 416 no fim de 2014, de acordo com dados disponíveis no site da empresa. A Hering apresentou pequena retração no primeiro trimestre de 2015, na comparação com os três últimos meses do ano passado: passou de 827 unidades para 825. “O cenário para o consumo não poderia ser pior. Entre janeiro e abril, a massa de rendimento real do pessoal empregado recuou 6%”, diz Claudio Felisoni de Angelo, presidente do Ibevar (Instituto Brasileiro de Executivos do Varejo e Mercado de Consumo). “Com um bolo menor para dividir, o crescimento se dá em cima da concorrência.”

Segundo Felisoni, mais que o desemprego em alta, o que vem afetando o consumo nos últimos meses é o temor da perda do emprego. O juro médio praticado pelo comércio é outro fator que tem assustado os consumidores em potencial. Saltou de 66,2% em maio de 2013 para o patamar de 82,5%. Mesmo assim, o cenário econômico atual é visto pela Renner como oportunidade para conquista de mercado. “A Lojas Renner desenvolveu um planejamento de longo prazo e tem como horizonte o ano de 2021, quando pretende chegar a 833 lojas em todo o Brasil, das quais 408 unidades da Renner, 125 da Camicado e 300 da Youcom”, afirma Laurence Gomes Beltrão, CFO da Renner.

Para este ano, a projeção da companhia é chegar a 273 lojas distribuídas pelo país, informa o diretor financeiro. Esse total representa um crescimento de 10% em relação a 2014. Para atingir a meta, a empresa terá de acelerar o ritmo de inaugurações no segundo semestre. Nos primeiros três meses do ano, apenas uma nova loja da rede foi aberta, conforme indica o relatório de resultados do primeiro trimestre. Outras nove abriram as portas entre abril e junho.

Já a Riachuelo inaugurou três lojas no primeiro trimestre deste ano e outras 11 até julho, segundo informação publicada no site de RI da varejista. “Temos empresas que estão gerindo melhor seus negócios e, com isto, sobra dinheiro para investir”, analisa Felisoni, do Ibevar. “Como o preço dos ativos está em queda, devido à crise, este é um bom momento para investir com recursos próprios”, acrescentou ele, referindo-se à abertura de novas lojas.

Em linha com essa estratégia de expansão, a Renner planeja inaugurar este ano — além de 25 lojas com sua marca — dez unidades da Camicado e outras dez YouCom. Juntamente com o novo centro de distribuição e outros projetos de tecnologia da informação, as novas lojas totalizam um investimento de R$ 550 milhões. Apesar de ter feito demissões no primeiro semestre, a companhia argumenta que no período de janeiro a junho deste ano o volume de admissões foi 26% superior ao de homologações. Ao todo, a Renner conta com 17 mil colaboradores.

Procuradas, Riachuelo e Marisa não retornaram os pedidos de entrevista. A Hering informou, por intermédio de sua assessoria de imprensa, que não teria como atender a solicitação.

Fonte: Brasil Econômico

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