Industria Textil e do Vestuário - Textile Industry - Ano XVI

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De Erykah Badu a Ricky Martin, cantora convocou diferentes corpos e gerações para sua passarela plural; especial com o desfile da marca de lingerie estreou nesta sexta-feira (24.09) no Amazon Prime Video.

Prepare-se para um texto cheio de spoiler e sem nenhuma culpa. Rihanna levou sua Savage x Fenty ao limite, palavra que, provavelmente, não existe no vocabulário da cantora/musa, com o terceiro desfile de sua marca de lingerie.

Antes da apresentação, ela já havia contado que sua definição de sexy havia mudado e que esta é construída de dentro pra fora. "Queremos que você se sinta sexy e se divirta sendo assim", disse Rihanna. A cantora colocou em cena um elenco plural, de diferentes corpos e culturas. É uma ideia coletiva, que não exclui, só agrega e enaltece as diferenças. Riri mais uma vez jogou a régua lá em cima e quem não a acompanhar, vai perder o bonde da história.

O Amazon Prime Video, que exibiu as duas apresentações anteriores, anunciou oficialmente que o desfile estrearia na plataforma nesta sexta-feira, 24.09, em 240 países. Mas os fãs mais ansiosos e atentos notaram que o especial estava disponível desde a noite de quinta (23.09) – e pegando fogo. Confira a seguir os destaques da apresentação:

Savage X Fenty Show - Official Trailer | Prime Videowww.youtube.com

O cenário

O desfile aconteceu no Westin Bonaventure Hotel, em Los Angeles, edifício circular e com toda a fachada envidraçada, composto por um labirinto ondulado de passarelas, escadas espiraladas e espelhos d'água, projetado pelo arquiteto John C. Portman Jr. Rihanna disse que ficou impressionada com o espaço e que o prédio a deixou mais inspirada com o que poderia realizar ali. E ela utilizou seu interior, elevadores, terraço e heliporto.

Hotéis já foram cenário para videoclipes icônicos. Madonna gravou o clipe de "Justify my love" (aquele em que ela beija a modelo Amanda Cazalet), no Monceau (Paris). Foi um escândalo na época. Filmado no Hotel Savoy (Londres), "Girl panic", do Duran Duran, foi censurado nos Estados Unidos por ser considerado obsceno. Nosso editor de moda, Luigi Torre, vê uma conexão entre os hotéis e esse universo da lingerie, do sexo. "O hotel pode ser esse lugar que homens se escondem para ter prazer à custa de exploração e muita misoginia. Mas o da RiRi é um espaço para as pessoas terem os próprios prazeres", analisa.

Foto: Kevin Mazur/Getty Images para Savage X Fenty Show Vol. 3 de Rihanna, Apresentado por Amazon Prime Video

A coleção

Nervosa, divertida, sedutora e selvagem. Foi assim que Rihanna descreveu a coleção, dividida em duas partes. Na primeira, Caged lace, vemos muita renda cor metálica, espartilhos, florais estampados. A segunda, Leather tease, inspirada no punk rock, traz muito couro envernizado e brilho. Há também meias de vinil até a coxa, luvas, arneses (conjunto de fitas resistentes, que envolvem o tronco e a cintura), minissaias de lamê plissadas, sutiãs com babados com inspiração 70's. As calças de cintura baixa, as coreografias e a atmosfera, que evocam os clipes de Missy Elliot, fazem referência aos anos 2000. Já a linha masculina, que apareceu robusta no Volume 2, agora está ainda maior. A coleção também traz algumas peças que vão além da lingerie. Algo do tipo "já que a LVMH fechou minha marca, faço eu mesma".

A beleza

Podemos ver de tudo na beleza assinada pela própria Rihanna, com sua Fenty Beauty: baby hair, tranças, carecas, cabelos coloridos, lisos e divididos ao meio, laces, penteados. No make, contorno nos lábios, gloss, batom vermelho, sombra colorida e delineador colorido. Tudo bem democrático.

Foto: Kevin Mazur/Getty Images para Savage X Fenty Show Vol. 3 de Rihanna, Apresentado por Amazon Prime Video

Influências

Entre 15 de setembro e 15 de outubro, comemora-se nos Estados Unidos o Mês da Herança Latina, período designado pelo governo estadunidense para reconhecer as contribuições e a influência da comunidade latina. Vale lembrar que a própria cantora, nascida em Barbados, é uma imigrante nos EUA, como ela lembrou no Met Gala.

Coincidência ou não, o show da Savage x Fenty tem uma boa dose de influência latina, da trilha sonora à escolha do casting. Ricky Martin, vestindo um robe, bordado com "R"s (não era de Rihanna, mas de Ricky, mesmo), canta "Qué rico fuera". E é seguido pelo rapper porto-riquenho Daddy Yankee.

O desfile

Quem abre a apresentação é a veterana Cindy Crawford subindo uma escada em espiral, valorizando aquelas que vieram antes. Ela usa um vestido verde esmeralda e é acompanhada pela performance da cantora Jade Novah. A rapper Bia aparece na sequência com um conjunto de lingerie verde neon para cantar seu hit "Whole Lotta Money". É seguida por Normani, vestindo um macacão de pele de cobra verde. Deitada no chão e segurando os pés atrás das costas, ela ainda tem fôlego para cantar "Wild side". Lola León, a filha de Madonna, exibe um sutiã de látex e uma calcinha multicolorida com botas de cano alto e correntes. Já a modelo Emily Ratajkowski usa calcinha, sutiã e um robe fúcsia. O skatista Nyjah Huston, usando boxers fúcsia para combinar com a modelo, aparece andando sob rodinhas por ali. Vestindo top e saia prateados, a dançarina Leiomy Maldonado, a Mulher Maravilha do voguing, protagoniza uma das performances mais memoráveis do desfile.

Erykah BaduFoto: Kevin Mazur/Getty Images para Savage X Fenty Show Vol. 3 de Rihanna, Apresentado por Amazon Prime Video

A lenda Erykah Badu faz uma das aparições mais impressionantes do desfile, ao som de seu sucesso "Love of my life', vestindo uma túnica de pele de cobra, com muitas joias de ouro, incluindo um bracelete de cobra, e chapéu. Finalmente, Riri aparece ao som de "What 's it gonna Be?'', de Busta Rhymes e Janet Jackson. A ideia é que o look dela não se sobressaia aos dos outros e que todos estejam no mesmo patamar. Mas ela está deslumbrante vestindo rendas e estampas de cobra. Nas, que lançou este ano o álbum King 's Disease II, fecha o especial cantando "Rare", do disco. Valeria um texto só para comentar a trilha sonora e a escolha das performances.

No fim, Rihanna, nos dá mais uma aula de que não é sobre chegar ao topo (ou chamar quem é tendência no momento), mas reconhecer e valorizar quem abriu esse caminho. Ricky Martin, Erykah Badu, Nas, Diddy, Pharrell, Busta Rhymes não estavam ali à toa.

https://elle.com.br/cultura/rihanna-sobe-a-regua-com-o-volume-3-de-...

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