Industria Textil e do Vestuário - Textile Industry - Ano XVI

Industria Textil e do Vestuário - Textile Industry - Ano XVI

As importações mostram que a moda e os calçados brasileiros já estão brilhando nas passarelas do Oriente. Depois da crise mundial de 2008, empresários do ramo de moda, principalmente, começaram a garimpar novos mercados. O primeiro passo foi buscar os vizinhos latinos. Em um segundo momento, as atenções se voltaram para parceiros não tradicionais. Nessa busca, encontraram consumidores de alto poder aquisitivo, que se apaixonaram pelas grifes brasileiras. Hoje os países do Oriente Médio já são relevantes na importação de moda, com destaque para vestidos de festas, roupa infantil e biquínis, lingeries, além de calçados. Entre os mercados mais cobiçados pelos brasileiros está Dubai, por conta de sua renda per capita anual de US$ 64 mil.

A grife mineira Patrícia Bonaldi, que iniciou as vendas para aquele mercado em 2009, já está adiantada na abertura de uma loja em Dubai. Se tudo correr bem, dentro de 18 meses, a empresa abrirá suas portas naquele território. "Os investimentos deverão ficar na casa dos U$ 400 mil para a abertura da loja, que terá cerca de 100 m2 e entre seis e oito funcionários. A previsão é faturar US$ 1 milhão por ano", diz Luiz Morais, diretor da Patrícia Bonaldi.

O mercado árabe já representa 50% das vendas externas da grife. O primeiro embarque foi em 2009, quando um comprador do Kuait visitou a empresa. O primeiro embarque foi no valor de € 80 mil, com vendas para Dubai, Líbano, Arábia Saudita e Turquia. "A previsão este ano é faturar € 250 mil nesse mercado", afirma.

Os países árabes devem importar U$ 6,7 milhões neste ano em confecções, tecidos e roupas de cama, mesa e banho do Brasil. Desse total, U$ 5,3 milhões deverão vir da área de vestuário. Já as divisas geradas pelos embarques de sapatos mais que dobram em relação às roupas. "O mercado saudita gastou US$ 10,06 milhões nas compras de calçados brasileiros nos primeiros nove meses de 2012, alta de 86% diante dos US$ 5,4 milhões obtidos em igual período do ano anterior", afirma Heitor Klein, diretor executivo da Associação Brasileira da Indústria de Calçados (Abicalçados).

Klein atribui esse bom desempenho a um trabalho contínuo feito pelas empresas brasileiras em fornecer calçados com maior agilidade e qualidade, e divulgar produtos em feiras no exterior. Os sauditas são os únicos árabes que figuram entre os vinte países que mais importam o produto brasileiro.

Rafael Cervone, diretor executivo do Programa de Exportação da Indústria da Moda Brasileira (Texbrasil), lembra que as exportações começaram por Dubai, que funciona como uma "vitrine" para os outros países do Oriente Médio. "Os consumidores árabes valorizam muito o nosso algodão orgânico, apreciam o colorido, e apesar de se vestirem com roupas tradicionais, por baixo, estão com roupas fashion, de alto valor agregado. As roupas de festa são bastante valorizadas por esse público", informa. O programa Texbrasil, que foi desenvolvido pela Associação Brasileira da Indústria Têxtil e de Confecção (Abit) em parceria com a Apex-Brasil, a exemplo da Abicalçados, faz de tudo para conquistar esses clientes endinheirados.

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