Industria Textil e do Vestuário - Textile Industry - Ano XVI

Industria Textil e do Vestuário - Textile Industry - Ano XVI

 

Quando analisamos o comportamento de compra dos diferentes bens de consumo, observamos que a maior parte dos produtos não tem o poder de atrair seus consumidoresa ponto de tirá-los de dentro de casa apenas para ir auma loja adquiri-los.

As pilhas comuns, aquelas que usamos em nossos controles remotos, mouses, lanternas etc., se enquadram perfeitamente nesse grupo, o que impõe a seus fabricantes, para que possam participar e crescer em seus mercados, grandes esforços nas áreas comercial e logística, tendo como desafio garantir suaoferta em locais de consumo de conveniência,com bom tráfego de consumidores, tais comofarmácias, padarias, supermercados, bancas de jornal, postos de gasolina etc.

Ainda assim, esses produtos têm que ser ofertados em locais estratégicos da loja, de preferência em blisters expostos nas filas dos caixas, aproveitando o momento em que os consumidores, depois de já terem realizado suas compras prioritárias, estejam menos atentos a produtos de maior atratividade, para que,aí sim, possam pensar se precisam ou não levar “pilhas para casa”...

Pois bem, as roupas, por sua vez, sugerem um comportamento de compra completamente diferente, colocando-se em um seleto grupo de bens de consumo para os quais os consumidores se dispõem a sair de casa, pegar um carro, enfrentar o trânsito, pagar um estacionamento etc. apenas para comprar uma saia ou uma blusaque combine melhor com o look planejado para o evento da noite, ou mesmo uma mera meia-calça que o complemente.

Essa predisposição deve-se ao fato de que esse é um produto de grande relevância para os consumidores, porque não dizer de primeira necessidade, afinal, sem roupa não se costuma sair nem de dentro do quarto, quiçá de dentro de casa.

Tal característica confere a essa categoria de produto um enorme poder de atração de demanda, e não éà toa que os shopping centers adoram as lojas de roupas, pois elas são um dos principaisresponsáveis pela geração de tráfego em seus centros de consumo, a ponto de já representaremquase 60% daárea bruta locável(ABL) dos shoppings do Brasil.

Para ter uma ideia do que isso representa em números, estamos falando de mais de 50 mil lojas vendendo roupas (especializadas em moda ou não), distribuídas em cerca de 520 shoppings em operação no país atualmente.Essenúmero equivale a um 1/3 de todos os pontos de venda de vestuário em operação no território nacional.

Outra característica interessante no comportamento dos consumidores de roupas está no grau de impulsividade presente nas decisões de compra do produto. Em épocas de mercado aquecido, a compra à primeira vista (porque não dizer “amor à primeira vista”), sem qualquer tipo de pesquisa prévia por preços, modelos ou qualquer outro diferencial, corresponde a mais de 50% dos casos. Em outros 25%, a pessoa já havia visto e se encantado com o produto antes, mas optou por retornar à loja posteriormente para realizar a compra. Mesmo em épocas de mercado desaquecido, como o atual, a taxa de compra à primeira vista se mantém acima dos 40%, e a da compra posterior, no retorno à loja, superior a 20%.

O encantamento pelo produto é tal que muitos que saem de casa programados, por exemplo, para comprar uma blusa em muitos casos voltam com um vestido, um casaco ou uma calça nas sacolas, simplesmente porque eles eram lindos (ao marido elas vão dizer que era uma oferta imperdível, é claro...), a ponto de fazerem com que até se esquecessem da blusa que pretendiam comprar.

Em termos de comportamento de compra, “as roupas não são pilhas”, possuem um poder de atração incrível e,muitomais importante do que terem preços baixos, precisam encantar os consumidores para poderem girar no ponto de venda.

Não se esqueça: encante os consumidores com seus produtos e seja muito bem-sucedido em 2015. Sucesso!

 

. Indicadores

 

–A produção de vestuário avançou 6,6% em outubro em relação ao mês anterior. Já no acumulado no ano, entre janeiro e outubro de 2014 sobre o mesmo período do ano anterior, houve queda de 2,7%, segundo a pesquisa industrial mensal do IBGE. O pessoal ocupado no setor teve queda de apenas 1,0% no mês, acumulando (-)0,1% no ano.

– As vendas no varejo de vestuário obtiveram crescimento de 8,5% em volumes e 9,0% em valores em outubro, acumulando um resultado negativo de 0,9% nos volumes vendidos, porém positivo em 3,8% nos valores da receita, até outubro de 2014.

 

– Segundo o IBGE, os preços do vestuário no varejo avançaram 0,39% em novembro; já em relação ao mesmo mês no ano anterior, houve alta de 3,60%.

– Já as exportações brasileiras de vestuário alcançaram US$ 130,7 milhões entre janeiro e novembro de 2014, com queda de 2,5% em relação ao mesmo período no ano anterior, enquanto as importações chegaram a US$ 2,4 bilhões, com alta de 8,3%, por conseguinte elevando o déficit da balança comercial para do setor em 9,0%.

 

Conjuntura do setor de vestuário no Brasil

1. Produção, emprego, preços (%)

No mês

No ano

Últimos 12 meses

. Produção física (outubro 2014)

6,6%

-2,7%

-4,2%

. Emprego (outubro 2014)

-1,0%

-0,1%

-5,3%

. Vendas no varejo em volumes (outubro 2014)

8,5%

-0,9%

0,3%

. Vendas no varejo em valores (outubro 2014)

9,0%

3,8%

5,2%

. Preços ao consumidor (novembro 2014) IBGE(1)

0,39%

2,78%

3,60%

2. Comércio exterior (US$ 1.000)

Jan.-nov.2013

Jan.-nov. 2014

Variação(2)

. Exportação

134.079

130.675

-2,5%

. Importação

2.194.390

2.377.246

8,3%

. Saldo (exportação – importação)

-2.060.312

-2.246.570

9,0%

Fontes: IBGE/Secex. Elaboração Iemi.

Notas: (1) IPCA – Índice de Preços ao Consumidor Amplo – Brasil.

           (2) Variação de janeiro a novembro 2014 / janeiro a novembro 2013.

 

Marcelo V. Prado é sócio-diretor do Instituto de Estudos e Marketing Industrial (Iemi) e membro do Comitê Têxtil da Fiesp.

coluna.cp@iemi.com.br

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