É a regra dos 80/20: afinal, parece que só usamos 20% do que temos. Do detox ao minimalismo, ter menos roupa pode mesmo mudar a nossa vida. Está pronta para experimentar o roupeiro cápsula?
Fazer um detox ao closet ajuda a poupar tempo e energia e proporciona maior bem estar, defende a "coach" Ana Silvestre.
As tendências minimalistas estão a ganhar cada vez mais destaque e, numa sociedade pautada pelo consumismo, mostram o outro lado da moeda. Se há quem leve uma vida despojada, como Bea Johnson que, em julho, falou com o Observador sobre viver com o mínimo, há quem não vá tão longe mas tente integrar esta filosofia no seu roupeiro. A premissa é sempre a mesma: ter menos coisas e cingirmo-nos ao essencial. Mas porque o essencial é diferente de pessoa para pessoa, o roupeiro cápsula — como é chamado — ganhou regras e bases para tornar mais fácil a sua perceção por qualquer mulher.
Falámos com Ana Teresa Silvestre, autora do blogue português Look a Day que, além de ser coach e ajudar mulheres a fazerem detox aos seus roupeiros, também pratica ela própria o minimalismo. Ana Teresa abriu-nos a porta de sua casa, mostrou ao Observador o seu roupeiro e falou-nos de como é que uma coisa tão simples como ter menos roupa pode mudar a vida de alguém. Está pronta para viver só com 30 peças, ou pouco mais?
É um armário pequeno feito exclusivamente de peças versáteis que se conjugam umas com as outras e facilitam na hora de se vestir todas as manhãs. Atualmente, a regra diz que, por estação, nos bastam 30 a 37 peças (excluindo roupa interior, acessórios, roupa de praia, de desporto, de usar por casa e pijamas). Parece pouco, certo? Mas a Lei de Pareto (ou a lei dos 80/20) também se aplica ao nosso roupeiro: só usamos cerca de 20% da nossa roupa. Então porquê acumular?
Este é o roupeiro de Ana Teresa Silvestre, dividido em vestidos, saias, um par de calças, alguns tops, camisolas, camisas e um casaco. (Foto: Helena Magalhães/Observador)
Muitas pessoas acumulam roupa e mais roupa por várias razões: porque podem voltar a usar, porque foi cara, porque não se lembravam que tinham aquela peça, porque podem vir a gostar novamente, porque “colecionam” roupa… Mas tudo isto são desculpas para o consumo constante. Ana Teresa explica-nos como escolher as peças essenciais:
Não tem de seguir as regras à risca porque, no final do dia, cada pessoa tem de adaptar esta tendência aos seus próprios gostos. Ana Teresa explica que só tem um par de calças e prefere investir em saias e vestidos porque é como se sente melhor. A nível de peças sazonais, basta-lhe um casaco de inverno. Se preferir mais calças e, pelo menos, três casacos diferentes, não vai estar a infringir nenhuma regra. Tem tudo a ver com as peças que são essenciais para cada pessoa.
“Quantas mais coisas se tem, mais difícil é o processo de tomada de decisão. Para quem tem filhos ou um horário apertado, tudo isto significa minimizar e equilibrar a vida, sem os gastos de energia diários associados ao processo de lavar e arrumar todo um roupeiro acumulado de coisas. Com menos roupa, uma pessoa consegue ser muito mais versátil e criativa porque acaba por conjugar tudo o que tem de diversas formas”, explica Ana Teresa, acrescentando que a maior parte das mulheres não tem o estilo “blogger de moda”, não quer ter muita roupa nem perder muito tempo todas as manhãs a pensar no que é que vai vestir.
As mulheres querem basicamente conjuntos que as façam sentir bem e têm cada vez mais interesse neste conceito dos roupeiros cápsulas. Não sei é se estão preparadas para abdicar das compras emocionais que acabam sempre no fundo do roupeiro.”
Ana Teresa dá um ajuda e explica porque deve mesmo fazer um detox ao seu roupeiro:
Hoje em dia encontra-se de tudo na Internet e há sites e blogues que falam desta tendência ao pormenor e que ajudam a inspirar e motivar para uma vida de menos consumo.
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