O Forever Lobbying Project estima que sejam necessários dois biliões de euros para limpar a contaminação provocada por PFAS na Europa, caso a utilização não seja restringida.
O valor foi avançado pela iniciativa Forever Lobbying Project, uma iniciativa que juntou 46 jornalistas de 16 países e um grupo de especialistas de 18 académicos e advogados internacionais, que investigou as pressões exercidas pela indústria dos PFAS e seus aliados para bloquear uma proposta de proibição dos “químicos eternos” na UE.
Esta investigação transfronteiriça e interdisciplinar revelou, pela primeira vez, o custo associado à limpeza da contaminação por substâncias perfluoroalquiladas e polifluoroalquiladas no continente europeu, se as emissões não forem limitadas – até 100 milhões de euros anuais ao longo de um período de 20 anos, o que representa uma fatura total de dois biliões de euros.
Os PFAS, informalmente conhecidos como “químicos eternos”, são uma família de mais de 10 mil substâncias químicas artificiais, amplamente utilizadas desde o final da década de 1940, em produtos como panelas antiaderentes, têxteis resistentes a nódoas e embalagens de utilização única. Por serem quase indestrutíveis sem intervenção humana e persistentes nos organismos vivos, o consórcio alerta que estes químicos «estão no solo, nas gotas de chuva, nos nossos alimentos, no nosso sangue. Podem causar cancros, perturbações hormonais e imunitárias e muito mais».
Em fevereiro de 2023, cinco países europeus propuseram uma restrição universal dos PFAS ao abrigo do regulamento químico REACH (Registo, Avaliação, Autorização e Restrição de Produtos Químicos), da UE. A proposta visava abranger toda a gama de substâncias PFAS, mas, em resposta, centenas de agentes da indústria que defendem os interesses de cerca de 15 sectores, têm pressionado os decisores em toda a Europa para silenciar a proposta, explica o grupo de jornalistas.
Através de uma abordagem académica, o Forever Lobbying Project avançou na investigação sobre as práticas de lobby e desinformação e analisou os principais argumentos usados pelos lobistas do sector dos plásticos. Ao submeter esses argumentos a um “teste de resistência”, constatou que muitos deles são «duvidosos, falsos, enganosos ou até desonestos». Os resultados expõem como as táticas de influência utilizadas pelos lobistas da indústria são semelhantes a outras que já foram empregues ao longo de décadas na defesa do tabaco, dos combustíveis fósseis e de produtos químicos e pesticidas.
Os investigadores detalham que constituíram a maior coleção mundial até à data sobre o tema, compilando mais de 14 mil documentos não publicados sobre os PFAS, em colaboração com o Corporate Europe Observatory e o PFAS Project Lab.
Países como a Dinamarca e a França já anunciaram limitações, por exemplo com a proibição de venda de artigos de vestuário, calçado e agentes impermeáveis que contenham PFAS.
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