Industria Textil e do Vestuário - Textile Industry - Ano XVI

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Sacos de Juta Importados Prejudicam Indústria Nacional da Fibra

Sacaria confeccionada na Índia e em Bangladesh chega ao país com preço mais competitivo e tira mercado do produto brasileiro

A entrada no país de quase 4,5 milhões de sacos de juta importados de países como Índia e Bangladesh em 2011 tem preocupado as empresas têxteis brasileiras do segmento. Isso porque além de os produtos chegarem ao Brasil com o preço mais competitivo, por conta da valorização do real frente ao dólar, algumas empresas brasileiras desconfiam que, pelo menos, 50% desses sacos entram de forma ilegal no país. “Há fortes indícios que de possa estar sendo praticado crime de descaminho, ou seja, os importadores registram a compra como tela de juta (matéria-prima), mas o que está entrando é o saco acabado, com isso esse produto passa pela barreira anti-dumping adotada no Brasil e não paga o imposto de importação como deveria”, afirma Hélio Junqueira Meirelles, diretor da Companhia Têxtil de Castanhal (CTC), principal empresa do mercado nacional de juta.

Para Meirelles, a concorrência com os importados é desleal, pois enquanto o saco de juta brasileiro precisa obedecer a uma série de exigências impostas pelos compradores europeus e pagar encargos sociais aos funcionários, os sacos procedentes da Índia e de Bangladesh chegam sem as garantias fitossanitárias exigidas pelos compradores internacionais de café. Por conta de detalhes como esses, o preço do produto final brasileiro fica acima do importado. Atualmente, o saco nacional é vendido a R$ 4,60 e o produto originário da Índia chega ao país por R$ 3,60.

Ainda segundo o diretor da CTC, a companhia já foi obrigada a demitir aproximadamente 400 funcionários, por conta da entrada do produto importado. “Vamos ter que parar um turno da fábrica por causa da baixa demanda, mas se nada mudar corremos o risco de ter que parar a fábrica toda, que emprega mais de 1,5 mil funcionários”, diz Meirelles.

Hoje, o setor nacional de juta produz anualmente cerca de 20 milhões de unidade de sacos e emprega direta e indiretamente mais de 40 mil pessoas, principalmente na região Norte do país. Os sacos confeccionados com a fibra são utilizados para embalar a produção de café e batata.

Fonte:|http://revistagloborural.globo.com/Revista/Common/0,,EMI271067-1807...

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