A fábrica da Santana Textiles em Mato Grosso, que chegou a ser recentemente uma das maiores empregadoras da iniciativa privada de Rondonópolis, está desativando sua produção no município. Cerca de 400 funcionários remanescentes foram convocados para uma reunião nesta segunda-feira (11/05), quando assinaram aviso-prévio e foram comunicados que, em 10 dias, serão informados da forma do pagamento da rescisão. O Jornal A TRIBUNA havia publicado uma reportagem especial neste domingo sobre o enfraquecimento do setor têxtil em Rondonópolis.
A causa da demissão em massa não foi explicada aos funcionários. A Santana Textiles em Mato Grosso enfrenta um processo de recuperação judicial. Contudo, segundo informações de funcionários demitidos, a empresa ainda não está sendo fechada em Rondonópolis, tanto que pretende manter o CNPJ aberto e com um quadro de pessoal mínimo. Funcionários demitidos repassaram ao Jornal A TRIBUNA que os diretores ainda vislumbram a possibilidade de equacionar os problemas enfrentados e retomar as atividades no município.
Funcionários relataram ainda que a falta de matéria-prima vinha sendo verificada e que, desde fevereiro deste ano, a fábrica em Rondonópolis estava com a produção totalmente parada. Nesse período, os funcionários estavam em casa e sendo pagos sem trabalhar. Em 2014, a fábrica ficou outro período com a produção suspensa, quando os funcionários também ficaram recebendo sem trabalhar. “Eles tentaram segurar ao máximo, mas não conseguiram”, externou uma funcionária à reportagem.
Em 2013, a Santana Textiles chegou ao auge da sua produção em Rondonópolis, somando em torno de 1.000 funcionários. Logo após, a empresa passou a realizar cortes no quadro de funcionários. Segundo relatado ao Jornal A TRIBUNA, agora em 2015 ainda estavam sendo mantidos em torno de 420 funcionários, dos quais permanecerão na empresa apenas alguns funcionários nos setores de RH, portaria, manutenção das máquinas e segurança.
A funcionária Adriane Lopes, uma das centenas com aviso-prévio, disse à reportagem que trabalhou por quatro anos na Santana Textiles, período do qual não tem nada do que reclamar da empresa. Ela lembra que foi uma fábrica que a acolheu quando chegou à cidade e que nunca atrasou pagamento, mesmo quando estavam com a produção paralisada. Destaca que a empresa garantia plano de saúde Unimed ao valor de R$ 1,00; transporte privativo entre a casa e a empresa; e uma cesta básica no valor de R$ 114,00. “Para mim foi uma boa empresa”, analisa.
Ao longo desta segunda-feira, os funcionários do setor da produção começaram a fazer os exames demissionais na própria fábrica, junto ao anel viário da cidade. Muitos funcionários já temiam pela demissão, mas tinham esperança que a empresa pudesse contornar a situação. O receio de muitos agora é sobre como ficará o pagamento das rescisões. Uma funcionária que estava afastada das atividades por problema de saúde disse que não foi informada sobre como ficaria sua situação. “Disseram apenas que vão manter o plano por mais 30 dias”, externou.
A unidade da Santana Textiles foi inaugurada em Rondonópolis em 2006, com maquinário de alta tecnologia e considerado dos mais modernos no Brasil. Produzia fios e tecido denim, tendo uma das maiores áreas construídas em Rondonópolis. A partir de 2010, a empresa iniciou uma grande ampliação no parque fabril no município, com aumento da capacidade de produção. O investimento na cidade foi feito devido à proximidade com a matéria-prima, assim como o apoio dos governos estadual e municipal, em incentivos fiscais e suporte logístico e administrativo.
A motivação da crise na fábrica ainda é uma incógnita. No entanto, há anos vem sendo veiculadas notícias da forte influência negativa da concorrência chinesa sobre o setor têxtil nacional. A reportagem não tem informações se a crise também atinge outras unidades do grupo Santana Textiles no Nordeste do Brasil, bem como as estratégias/procedimentos da empresa daqui para frente.
O Jornal A TRIBUNA tentou manter contato com os responsáveis pela Santana Textiles, mas a empresa não atendeu à imprensa e não quis se posicionar, seja via nota ou via administradores, para as devidas explicações oficiais da crise na unidade de Rondonópolis.
FONTE: http://www.atribunamt.com.br/2015/05/santana-textiles-desativa-prod...
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Empresas que crescem somente com empréstimos governamentais e não através de resultados, não se sustentam. O mercado interno de tecidos denim nunca foi ameaçado pela concorrência chinesa.
concordo com você amigo, Denim Chines não tem qualidade pra concorrer com nosso nacional.
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