Industria Textil e do Vestuário - Textile Industry - Ano XVI

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Seda nacional precisa seguir caminho estratégico do algodão

É interessante analisar como o consumo industrial de fibras e filamentos naturais – como é o caso do algodão e da seda - perdeu espaço para os artificiais e sintéticos, exemplos da poliamida e poliéster. Mas o histórico do consumo do fio de seda desde a década de 1970 mostra como a indústria têxtil nacional nunca apostou muito no fio. Ou seja, uma oportunidade excelente para o Paraná. 

Ricardo Chicarelli/Grupo Folha
Ricardo Chicarelli/Grupo Folha
Números da Associação Brasileira da Indústria Têxtil e de Confecção (Abit) apontam que em 1970 o consumo de seda da indústria girava em torno de 100 toneladas por ano. Em 1987, o ápice do consumo: em torno de 530 toneladas. Em 2017, fechou em torno de 30 toneladas. 

Em conversa com a FOLHA, o presidente da Abit, Fernando Valente Pimentel, relata que a seda tem um valor elevado em seu processo produtivo e por isso se trata de uma fibra nobre. "De toda a exportação que o Brasil faz, o produto mais caro é o fio da seda. Enquanto em todo o vestuário a média de exportação fica na faixa de US$ 40 o 
quilo, o fio da seda atinge US$ 60 o quilo", explica ele. 

As diferenças de volume, portanto, são absurdas. A produção mundial de seda gira em torno de 177 mil toneladas, contra 55 milhões de toneladas de poliéster, por exemplo. "A concorrência é grande na área dos sintéticos, e muitos dão esse aspecto de riqueza que a seda sempre transmitiu." 

Apesar do cenário atual, Pimentel acredita que há sim um espaço de melhor aproveitamento da seda na indústria têxtil nacional. "Não vai ser uma fibra de consumo maciço, mas sim uma fibra de nicho, que vai atender uma camada de produtos que atingirá um determinado público" 

O representante da Abit relata que apesar de números irrisórios frente a todo o setor têxtil, qualquer movimentação acaba impactando demais o setor. "Se você sai da produção de seda de 10 toneladas para 20 toneladas acaba dobrando o mercado. Para isso, há espaço não apenas para a seda pura, mas para outras misturas com ela." 

Para isso, Pimentel acredita que a seda pode fazer o mesmo caminho de marketing do algodão, que perdeu um espaço brutal para a fibra sintética e agora está se recuperando gradativamente. "O algodão está se reposicionando com conceitos de moda e de alto grau de sustentabilidade, sem irrigação no Brasil, por exemplo. Há um caminho a ser feito na seda, obviamente não na mesma magnitude, mas há um caminho. Podemos chegar por exemplo a uma produção de 1,2 mil tonelada de fio, como já tivemos no passado. Para quem está envolvido na cadeia produtiva, é um grande avanço. E a Bratac tem se destacado fortemente no planeta." (V.L)
Victor Lopes

 

Ricardo Chicarelli/Grupo Folha

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Respostas a este tópico

Eis um segmento que necessita uma intervenção governamental, objetivando seu incremento em auxílio ás Empresas Privadas.
O exemplo do Algodão pode/deve perfeitamente ser imitado.
As Entidades de Classe e Profissionais, junto às Academias têm excelente oportunidade de juntarem-se.   

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