Eles são 45 milhões em todo o território nacional, de acordo com dados do IBGE. Deste total, aproximadamente 24,9% está na faixa etária entre 15 e 64 anos. São pessoas com algum tipo de deficiência, seja motora, visual, entre outras. Iniciativas específicas para atender às necessidades desse mercado começam a surgem no Brasil. Desde 2009, a Secretaria dos Direitos da Pessoa com Deficiência fomenta a criação de roupas para este nicho por meio do concurso “Moda Inclusiva”, que impulsiona jovens designers a pensar na inclusão de portadores de necessidades especiais em suas coleções.


Finalistas da 6ª edição do concurso Moda Inclusiva 

A premiação, que acaba de chegar à sua 6ª edição com o apoio da Abit, Sinditêxtil-SP e Vicunha Têxtil,  premiou três estilistas, após o desfile com os looks dos finalistas no dia 15 de agosto, no Palácio das Convenções Anhembi, em São Paulo. Com o tema “Casa de Bonecas”, a estudante de moda, Jéssyca Ghirardi, foi a grande vencedora do concurso.

A ganhadora apresentou peças voltadas para o universo infantil, na forma de fantasia de boneca que se transforma em um vestido casual.  A criação teve como foco principal proporcionar à criança cadeirante mais emoção ao brincar e oferecer, ao mesmo tempo, uma vestimenta funcional para passear com amigos e familiares. “Conseguir transformar sua própria roupa estimula a independência desde cedo”, explica Jéssyca. Na produção do look, a estilista utilizou o tecido “Cher”, sarja de aspecto encerado e acabamento “Lustrous Leather”, e o brim 100% algodão “Redford”, ambos fornecidos pela Vicunha para Jéssyca e aos demais finalistas.  Um dos prêmios da vencedora será a oportunidade de um estágio remunerado de um mês na tecelagem.


Jéssyca Ghirardi, vencedora do concurso com modelos

O segundo e o terceiro lugares ficaram para Renata Tesoni Reis e Mariana Milani, respectivamente. Renata criou um vestido adaptável para pessoas com apenas uma perna, com modelagem e acabamentos que valorizam o corpo. Mariana apresentou um look para cadeirantes, composto por aberturas estratégicas para facilitar o vestir. 


Renata Tesoni Reis (à esq.) com modelo e Mariana Milani (à dir.) junto ao modelo

Ainda na oportunidade, ocorreu o 3º Fórum Internacional de Moda Inclusiva e Sustentabilidade, que contou com a apresentação de trabalhos científicos, mesas-redondas e palestras. A junção dos dois eventos teve como objetivo oferecer uma oportunidade para estudantes e profissionais de diversas áreas discutirem tendências, debaterem novas ideias e trocarem experiências no âmbito da moda inclusiva e mercado têxtil.

De acordo com a titular da Secretaria de Estado dos Direitos da Pessoa com Deficiência do Estado de São Paulo, Linamara Rizzo Battistella, o papel da iniciativa é fomentar a mudança e a inovação em todos os segmentos. “Queremos que a sociedade respeite a diversidade e a moda representa um grande papel neste processo”, afirma.

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