Industria Textil e do Vestuário - Textile Industry - Ano XVI

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Roupas seminovas de grifes como Armani e Prada, à venda em brechós chiques, viram tendência

Nada de desperdício, eis uma das máximas do modo de vida politicamente correto. Ele invadiu todos os setores da sociedade e alcança, agora, a moda. A reciclagem de roupas ganha espaço nos EUA, na Europa e também no Brasil. Marcas como Prada, Gucci, D&G, Kenzo e Armani já exibem seus modelos, sem constrangimento, nas vitrines de peças seminovas. É a segunda mão de primeira. No Brasil, butiques como Degrifée, Trèschic, Mala Cheia e Breshop, em São Paulo, e a Novo De Novo, no Rio, transformaram-se em reduto dessa ponta de estoque chique. Os artigos chegam a custar 10% do valor original. As roupas têm, no máximo, dois anos de uso, são higienizadas e postas à venda em perfeitas condições.

Lançada há dois anos, a onda dos seminovos provou que estava consolidada depois que a atriz Julia Roberts compareceu à cerimônia do Oscar, em março deste ano, usando um modelo vintage (palavra usada para boas safras de vinho e objetos antigos, como sinônimo de durabilidade). A primeira loja brasileira de roupas seminovas de luxo foi a Degrifée, na capital paulista, fundada há 37 anos. A idéia foi copiada dos brechós europeus, mas adaptada ao público classe A: artigos de alto padrão com preços acessíveis. Segundo Cláudia Del Corona, sócia da Degrifée, há uma lei neste mercado – quanto mais cara a peça original, mais barata a roupa será vendida na remarcação. Um terno assinado por Jean Paul Gaultier, por exemplo, avaliado originalmente em R$ 3,6 mil, é vendido na Degrifée por R$ 450.

As lojas mantêm uma seleta lista de fornecedores. São mulheres de alto poder aquisitivo que compram roupas em grande quantidade e têm ojeriza a repetir modelos. Por isso, põem parte de seu guarda-roupa à venda a cada nova estação. A Breshop tem mais de mil fornecedores. Mas isso não impede um problema comum a todos os brechós, a falta de numeração. Segundo as lojistas, em geral, as mulheres que se desfazem do vestuário são muito magras e usam números pequenos, no máximo tamanho 42.

 

A compensação está no atendimento. “A pessoa que compra em brechó não gosta do vendedor inconveniente”, diz Cláudia Del Corona. “Na nossa loja, o cliente fica à vontade, pode olhar as roupas durante o tempo que quiser”. A ex-modelo e socialite Malu Humberg é exemplo desse comportamento. Ela gasta, facilmente, mais de três horas numa incursão à Degrifée. “Acho totalmente desnecessário pagar fortunas em lojas de grife ”, resume.

O perfil das compradoras é variado, de 28 a 40 anos. Hoje, no entanto, a clientela já inclui até o público masculino. “Muita gente procura roupa de qualidade, mas quer evitar a badalação da butique da moda”, diz Mariângela Py Crespo, dona do brechó Mala Cheia, em São Paulo.

http://www.istoedinheiro.com.br/noticias/11720_SEGUNDA+MAO+DE+PRIMEIRA

Por Fernanda Galvão

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