Industria Textil e do Vestuário - Textile Industry - Ano XVI

Industria Textil e do Vestuário - Textile Industry - Ano XVI

Apesar dos rumores sobre a perda de competitividade da China, alterações no aprovisionamento e o aumento do sourcing de proximidade, os números oficiais de 2013 mostram a verdadeira situação do fornecimento de vestuário para os EUA, que continua dominado pela China, Vietname e Bangladesh. 

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Sem abrandamento à vista

As melhorias no crescimento económico dos EUA e nos gastos dos consumidores no ano passado não foram refletidos na aceleração do crescimento das importações de têxteis e vestuário. Em comparação com 2012, ano em que as importações de têxteis e vestuário subiram apenas 0,7%, o volume das importações para os EUA aumntou 4,6% em 2013, para os 56,5 mil milhões de metros quadrados equivalentes (mqe), de acordo com os dados mais recentes do Office of Textiles and Apparel (Otexa) do Departamento do Comércio americano.

Em termos de valor, as importações de têxteis e vestuário cresceram 3,8%, para os 104,7 mil milhões de dólares, acima dos 100,9 mil milhões de dólares registados no ano anterior. Dentro deste valor, o vestuário subiu 3,9% ,para os 79,8 mil milhões de dólares.

Mais uma vez, o conjunto de países fornecedores é dominado pela China. Apesar das repetidas declarações de que os compradores estão a fugir da China face às preocupações de que esteja a perder competitividade, o país aumentou a sua quota de mercado nos EUA em 2013 para 48,0% do total, contra 47,4% no ano anterior. Esta liderança torna o Império do Meio responsável por mais de sete vezes o volume de importações do seu rival mais próximo, a Índia.

A China continua também a ser o maior fornecedor de vestuário dos EUA, com as suas exportações a aumentarem 4,9% em 2013 para 10,37 mil milhões de mqe. Este desempenho ultrapassa o crescimento de 1,5% em volume verificado no ano passado. O crescimento reflete o crescimento de 4,9% no total das importações de vestuário dos EUA durante o ano, que subiram para 24,8 mil milhões de mqe a partir dos 23,7 mil milhões de mqe em 2012. E viu a China terminar o ano com uma quota de 41,8% do mercado de vestuário dos EUA.

Em termos de valor, as importações da China durante o período de 12 meses subiram dos 29,06 mil milhões de dólares para os 29,78 mil milhões de dólares.

Os dados também parecem sugerir que a China conseguiu, mais uma vez, contrariar os receios sobre o aumento dos preços, com o custo unitário médio a cair 2,4% para os 2,87 dólares, comparado com os 2,94 dólares no ano anterior. Embora os custos no país estejam, sem dúvida, a subir, estes são em grande parte compensados por ganhos de produtividade. Este valor compara com um preço médio unitário de 3,2 dólares em todas as importações de vestuário, o qual permaneceu igual ao do ano anterior.

Apesar de a China continuar no topo, os números do Departamento de Comércio também destacam outros vencedores e vencidos entre os países fornecedores de vestuário.

Um vencedor em destaque é o Vietname, o segundo maior fornecedor de vestuário para os EUA, que também registou o maior crescimento durante o ano, com uma subida anual de 13,3% para os 2,43 mil milhões de mqe. O Vietname tem vindo a ganhar mercado à medida que produtores e compradores diversificam as suas cadeias de aprovisionamento, deslocando parte da produção da China. O país também está a ser impulsionado pelos benefícios esperados da proposta de Parceria Trans-Pacífico, um acordo comercial que abrange países como Canadá e EUA.

Destacado em termos de taxa de crescimento encontra-se o Bangladesh, cujas exportações em volume subiram 11,2% para os 1,69 mil milhões de mqe e cresceram 10,7% em valor para os 4,9 mil milhões de dólares. Os resultados são, talvez, surpreendentes, pois surgem durante um ano atribulado para o sector de vestuário do Bangladesh.

Foram também registados ganhos durante o ano em seis dos outros 10 principais países fornecedores de vestuário para os EUA, incluindo: Indonésia (+ 0,07% para os 1,26 mil milhões de mqe), Camboja (+ 2,49% para 1,07 mil milhões de mqe), México (+ 1,28% para 0,909 mil milhões de mqe), Índia (+ 6,02% para 0,885 mil milhões de mqe), El Salvador (+ 0,89% para 0,797 mil milhões de mqe) e Paquistão (+ 0,35% para 0,584 mil milhões de mqe). A única queda foi registada pelas Honduras, que caiu 4,06% para os 1,07 mil milhões de mqe.

A Indonésia poderá ter perdido alguns negócios para o Vietname, na sequência dos tumultos por parte de trabalhadores, crescimento dos apoiantes sindicais, bem como a introdução de um aumento de 44% no salário mínimo mensal no início do ano para o equivalente a 229,00 dólares.

A Índia também poderá ter beneficiado com as encomendas desviadas da China e do Bangladesh, segundo alguns analistas, bem como com a recuperação da economia americana. O país conseguiu inverter um declínio de 7,2% registado nas expedições para os EUA em 2012, embora existam dúvidas sobre a sustentabilidade a curto prazo.

No caso do Camboja, apesar do crescimento nas importações de vestuário dos EUA ser nitidamente melhor do que o aumento de 0,2% observado em 2012, o país tem sido prejudicado pelas más condições de trabalho e pela agitação laboral provocada pelas baixas remunerações.

http://www.portugaltextil.com/tabid/63/xmmid/407/xmid/43263/xmview/...

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