Ela tem um estilo em que não entram transparências, minissaias, decotes nem roupas sem mangas. Mas está longe de ser careta, sem graça ou fora de moda. Trata-se da moda evangélica, muito bem representada por mulheres que levam a palavra de Deus de acordo com suas convicções religiosas religiões por meio da música e pregações, como Aline Barros, Fernanda Brum, Ana Paula Valadão, Mariana Valadão e Soraya Moraes.
A calça comprida, em geral, cede o lugar para as saias, sendo as mais ousadas na altura dos joelhos. O mesmo ocorre com o comprimento dos vestidos. Vale ter assimetria, babados, camadas, brilhos, bordados (desde que não chame a atenção para os seios e quadris).
O que não vale é um ombro só, recortes, fendas acentuadas, comprimentos mini. Apesar de a maioria das mulheres preferirem saias e vestidos, as calças compridas entram como complementos de casacos, vestidos e túnicas, como pode ser visto em apresentações públicas como shows e pregações. Em dezembro, no show Promessas, da Globo, Aline Barros e Ana Paula Valadão usaram as peças com brilhos e bordados, sob vestido e túnica.
Cuidados como manguinha para evitar a nudez nos braços e criatividade para acessórios, como lenços, echarpes, calçados (sim, pode usar salto, mas sem exageros) e bolsas estilosas também estão na linha de produção das confecções especializadas.
Mas há também espaço para marcas não ligadas à religião no guarda-roupa de cantoras como Aline Barros, que não tem um personal stylist e, segundo sua assessoria, recebe às vezes ajuda de sua mãe, Sandra Barros, para escolher o que vestir.
Em seus shows e no dia a dia, suas produções são compostas por marcas como Maria Bonita Extra, Mara Max, Animale, Osklen e John John. Cabem ainda peças feitas para ela sob medida por sua própria confecção Minha Maria, para meninas de 0 a 10 anos, e batizada em homenagem à sua filha, Maria Catherine.
Colega de Aline, a pastora e cantora Fernanda Brum também está no time das evangélicas estilosas por conta própria. Sem a ajuda de um personal stylist, ela conta que compra aquilo que gosta. “Quando vejo na vitrine e acho que é a minha cara", diz, respeitando as exigências da religião. "Uma marca que uso bastante é a Seven Liz, da minha amiga Liz Lanne. Não costumo aceitar patrocínio de grifes.", afirma.
Adaptação
Nos anos 1990, a Joyaly surgiu da necessidade do evangélico em encontrar produtos do vestuário que atendessem aos critérios da religião, como a saia mais longa e a ausência de transparências e decotes muito chamativos. "Naquela época era muito difícil encontrar produtos específicos uma vez que havia certo preconceito da sociedade e o mercado ainda não dava a devida importância a esse segmento”, conta Alison Joyaly, proprietário da marca que já vestiu a cantora Aline Barros.
Segundo ele, desde o início de suas atividades, sempre experimentaram crescimentos além das taxas de mercado, devido à demanda reprimida que havia nesse segmento. “Em 2000, quando mudamos para o Brás, onde se concentra o maior polo atacadista de vestuário da América do Sul, tivemos um aumento muito grande em visibilidade e, com isso, a oportunidade de atender clientes de todas as partes do Brasil que vinham ate aqui para fazer suas compras", conta.
Crescimento
Para acompanhar o crescimento do número de evangélicos no Brasil de 26,2 milhões em 2000 (15,4% da população) para 42,3 milhões (22,2%) em 2010 a alternativa da Raje Jeans, em 2007, incorporou-se à mídia digital, marcando presença na web e, em 2010, nas mídias sociais. Hoje, os lançamentos são diários e acompanhados por mais de 30 mil clientes cadastrados em todo o mundo. Só para efeito de comparação com o mercado atual, em 1991, o percentual de evangélicos no Brasil era de 9% e, em 1980, 6,6%.
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