Industria Textil e do Vestuário - Textile Industry - Ano XVI

Industria Textil e do Vestuário - Textile Industry - Ano XVI

Benoit Tessier/ Reuters/Benoit Tessier/ ReutersCinturas marcadas e ar "vintage" dão o tom da coleção primavera-verão

Não é por acaso que a Christian Dior está apostando numa releitura do "New Look", de cinturas marcadas e casaquetos, para a temporada primavera-verão 2012. Relembrar o que já foi feito pelo estilista que dá nome à grife francesa - e que revolucionou a moda no final dos anos 40 - parece uma ideia oportuna. Primeiro porque não assusta a clientela da Dior, que ainda desconhece o rumo que a grife vai tomar após a saída de John Galliano. Depois, apostar em fórmulas certeiras parece ser a tendência da temporada. Pelo que foi visto nas semanas de moda de Nova York, Milão, Londres e Paris, mulheres elegantes, em leve estilo "vintage", vão dar o tom do verão.

A coleção da Dior, capitaneada pelo estilista-interino Bill Gaytten, ex-assistente de Galliano, mostra delicadeza. O ideal de mulher, aqui, é aquela que sabe dosar elegância clássica com atitude contemporânea. A cintura é bem marcada. As saias são ora mais rodadas (relembrando o "New Look") ora em forma de tulipa. Sobre elas, o mesmo casaqueto que imortalizou a coleção lançada por Christian Dior logo após a Segunda Guerra - e que liberava novamente o glamour feminino. O destaque são as estampas gráficas e a padronagem clássica em preto, branco e cinza. Há alguns tons pastel, como o "nude", e pitadas de cor de laranja, para não nos fazer esquecer que estamos em 2011. Ao final, a grife apresentou belos vestidos de noite em que o forte é a transparência sem exagero.

Outro que embarcou com toda força no mundo das delicadezas e do romance foi Marc Jacobs em sua coleção para a Louis Vuitton. O próprio estilista declarou ao site Style.com que, após uma temporada de inverno "pesada", ele e sua equipe queriam uma coleção adocicada e meiga. Para alguns especialistas, os modelos desenhados por Jacobs fazem uma homenagem ao "New Look" de Dior - uma confirmação de sua transferência para a antiga Maison de Galliano? A Dior ainda não se pronunciou oficialmente sobre quem será seu novo estilista.

Na Louis Vuitton, a transparência foi explorada em tecidos bordados e nos tons pastel. Até as bolsas da marca - as verdadeiras responsáveis pelo sucesso da marca - foram reinterpretadas para ganhar a cara da coleção, inclusive com transparências. Boa parte da força da coleção está nas texturas com formas florais ou de arabescos. As escolhas feitas por Jacobs rejuvenescem o prêt-à-porter da LV, em alguns casos, até demais. De fato, as roupas casavam com o cenário, que tinha no centro um carrossel.

Mas se a Louis Vuitton acredita nas mulheres frágeis, a Miu Miu, segunda marca da italiana Prada, prefere vestir moças com atitude. O preto, o azul-acinzentado e o vinho abrem o desfile, em looks de saias curtas, alguns decotes ou barrigas à mostra. A imagem, feita de laçarotes, rendinhas e estampas multicoloridas, é feminina, mas não ingênua. Há um perfume de brechó no ar, sobretudo nos vestidos-tubo e nos casacos de renda, usados com botas de cano longo (superdecoradas) ou tamancos estilo holandês.

Diferente de quase todos os estilistas, Riccardo Tisci, da Givenchy, não se fixou em estampas ou texturas nesta temporada. Preferiu focar na alfaiataria. A inspiração veio das sereias e dos surfistas, mas apenas alguns detalhes remetiam ao tema. A roupa para a prática de surf, com seus recortes, deu origem a vestidos com jogo de transparência. As calças, superjustas, também lembravam o uniforme dos surfistas. O aspecto molhado apareceu em algumas texturas. As cores também fugiram da tendência da temporada, variando do "nude" ao preto, passando pelo cinza e o rosa clarinho.

O mundo marinho também foi o ponto de partida da coleção de Karl Lagerfeld para a Chanel. A coleção abusa das texturas, para além do tradicional tweed que sempre esteve presente nas coleções da grife. Entre pequenas extravagâncias, como saias ou ombros volumosos, há muitos looks prontos para sair da passarela e irem direto para o guarda-roupa de uma alta executiva. Paralelamente à apresentação, um outro desfile ocorria na plateia, com inúmeras celebridades balançando suas bolsas Chanel - a "it bag" que não dá sinais de sair de cena.

A Hermès, como a Dior, preferiu explorar um universo conhecido - o das viagens. A coleção passa pelo estilo étnico (México, Grécia e África), mas nunca se permite cair no exagero ou no caricato. A intenção, disse, após a apresentação, o estilista Christophe Lemaire, era criar uma coleção simples, porém rica. Para isso, vestiu as mulheres com tecidos naturais, muito bem cortados, para provar que a verdadeira elegância é algo que só se alcança com a maturidade - e alguns milhares de euros.

Fonte:|http://www.valor.com.br/empresas/1040688/sem-galliano-dior-faz-rele...

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