Em ascensão no mercado tecnológico, os NFTs já movimentaram cerca U$40 bilhões em 2021
Partindo do interesse em aumentar o volume de vendas com a mesma intensidade de cumprir a sua missão de se reinventar, a indústria da moda aderiu ao apelo do mercado tecnológico unificando o mundo real e o virtual através do chamado metaverso. Através dessa união, veio o investimento na criação de peças em Tokens Não-Fungíveis (NFTs), ou seja, por meio de um de registro distribuído – mais conhecido como blockchain, é possível que o consumidor adquira um item digital – que representa objetos do mundo real –, sendo ele um vestuário, uma imagem, vídeo ou som, e o registre com um código único, tornando o objeto exclusivo e insubstituível, além de dar ao comprador o direito de rastrear a peça a qualquer momento. Atenta às tendências do mercado, a Faculdade SENAI CETIQT deu mais um passo inovador dentro cenário educacional e investiu na criação do curso “Moda Digital para NFTs”, com o objetivo de formar profissionais para o desenvolvimento de peças digitais, além de compreender e discutir os conceitos e aplicações do item no mercado.
Para Victoria Bastos, Coordenadora do Curso de Design de Moda, essa inovação começou com a arte, tecnologia e agora está vindo com força para a moda. “O SENAI CETIQT vê o curso como uma oportunidade de inserir os profissionais do ramo nesse nicho. A instituição procura ensinar o que é, o que faz, e como o NFT se apresenta no mercado e como transformar isso em algo sintetizável, e sobretudo, como criar moda para esse tipo de comércio”, explica.
Durante a pandemia da covid 19, em abril de 2020, a produção de vestuário teve uma queda de mais de 90%, com 70% de déficit nas vendas, de acordo como o IEME. Em junho do mesmo ano, a ABIT realizou pesquisa junto a 58 empresas do setor têxtil, e constatou que 96% delas tiveram queda em suas encomendas, e 55% registraram redução superior a 50% no número de pedidos. Em contrapartida, em 2021 as grandes marcas sentiram o impacto positivo das vendas on-line. As vendas da Lojas Renner cresceram 126%, no 1º trimestre de 2021, o e-commerce da C&A Brasil teve alta de 176% em sua receita líquida (quando comparado com o ano de 2020) e a Riachuelo, teve crescimento de 204,3%.
O investimento de grandes marcas no metaverso está colhendo bons frutos. Nomes como Gucci, Lojas Renner, Dolce & Gabbana, entre outras, vêm abrindo cada vez mais o caminho da moda ao mercado digital ao criar coleções para vestir personagens de vários videogames – como o caso da Lojas Renner, em parceria com a eBrainz, que criou um mapa inspirado em uma loja virtual dentro do jogo Fortnite, um dos mais populares do mundo atualmente. Desde então, muitas marcas vêm seguindo o exemplo, provando a capacidade do metaverso em revolucionar a indústria da moda.
“Os NFTs são certificados de posse de um item. Logo, tudo que garante essa posse está atrelada a sua carteira, que é sua identidade na rede blockchain. Então, você imagina: uma cadeia que incentiva a pirataria chegaria ao fim, pois teria o item físico atrelado a uma identidade virtual. Para a moda digital, suas facilidades são maiores, pois, como as peças já estão no ambiente virtual, podem ser acessadas para games ou metaversos, garantindo que você seja o dono do item ou do look. Quando se trata de colecionáveis, você basicamente guarda essas informações instantaneamente”, finaliza Bernardo Nery, cofundador da HOL.
O SENAI CETIQT
O Centro de Tecnologia da Indústria Química e Têxtil – SENAI CETIQT – é formado pela Faculdade SENAI CETIQT, Instituto SENAI de Inovação em Biossintéticos e Fibras (instalado no Parque Tecnológico da UFRJ, na Ilha do Fundão) e Instituto SENAI de Tecnologia Têxtil e de Confecção. Inaugurado em 1949, é hoje um dos maiores centros de geração de conhecimento da cadeia produtiva química, têxtil e de confecção, setores que juntos geram cerca de 11,9 milhões de empregos no país.
