A aviação comercial brasileira vem discutindo com o governo federal classificações tributárias e incentivos fiscais que permitam diferenciar o SAF dos atuais combustíveis fósseis, de forma a viabilizar sua produção em larga escala no país”, destaca Jurema Monteiro, presidente da Associação Brasileira das Empresas Aéreas (ABEAR).
![infográfico descritivo, sobre SAF a partir da glicerina](https://static.portaldaindustria.com.br/portaldaindustria/noticias/media/imagem_plugin/artesaf.jpg)
Pioneira no Brasil ao realizar um voo do aeroporto de Viracopos (Campinas-SP) ao aeroporto de Santos Dumont (RJ) com 50% do tanque abastecido com SAF, há 11 anos, a empresa aérea Azul possui uma equipe especializada no tema e busca novos mercados e parceiros para projetos e investimentos.
“Além do biocombustível, temos investido em outras ações de economia e impacto do uso do combustível, como aeronaves de segunda geração, que são mais modernas e possuem uma economia maior de combustível”, detalha Diogo Bertoldi Youssef, gerente de Engenharia e Despacho de Voo da Azul.
Hidrocarbonetos
Um outro projeto leva a um petróleo sintético que pode ser processado para SAF. O Instituto SENAI de Inovação em Biossintéticos e Fibras, por meio do SENAI CETIQT, a empresa Hytron e o Departamento de Engenharia Química da Escola Politécnica da USP são parceiros do projeto batizado de “CO2CHEM”, lançado pela Repsol Sinopec Brasil.
Os pesquisadores desenvolvem uma maneira de produzir hidrocarbonetos por meio do CO2 gerado de diferentes fontes. O objetivo é obter monóxido de carbono (CO) e hidrogênio (H2) a partir da captura de CO2 e da eletrólise de água, usando energia gerada a partir de fontes renováveis.
Uma das grandes preocupações da indústria aeronáutica no desenvolvimento do SAF é a necessidade de promover adaptações para utilizar os combustíveis sustentáveis. Assim, há duas classes de produto: os não drop-in (que demandam modificações de infraestrutura) e os drop-in, que não demandam mudança alguma.
“Os hidrocarbonetos que estamos desenvolvendo são drop-in, ou seja, têm características semelhantes às dos combustíveis convencionais e não demandam alterações nem em motores, nem nas turbinas”, explica o gerente do Instituto SENAI de Inovação em Biossintéticos e Fibras, João Bruno Valentim Bastos.
De acordo com a IATA, as empresas precisarão investir US$ 5 trilhões, até 2050, para descarbonizar o transporte aéreo e alcançar a meta estipulada.
![infográfico descritivo sobre SAF a partir da captura de CO2](https://static.portaldaindustria.com.br/portaldaindustria/noticias/media/imagem_plugin/artesaf_12jmHvR.jpg)