Industria Textil e do Vestuário - Textile Industry - Ano XVI

Industria Textil e do Vestuário - Textile Industry - Ano XVI

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Por Kledir Salgado Designer de moda com Mestrado em Têxtil e Moda pela USP

A maneira como um designer desenvolve seus processos de criação é extremamente subjetiva e pessoal, entretanto, ele compartilha hábitos relacionados com os princípios do design de moda. Como indivíduo criativo com apetipe voraz para acontecimentos culturais e sociais, o designer de moda sintetiza o mundo ao seu redor gerando produtos que tenham esses traços socioculturais em seus objetos/desejo.

O designer de moda precisa saber os desejos de seu público-alvo e não só isso. Ele precisa ter conhecimento profundo do estilo de vida desse público para sugerir necessidades que o mesmo nem sabia que tinha e, assim, despertar a vontade de possuir o produto desenvolvido.

Muito mais do que vestuário o designer de moda faz produtos de moda. Steven Faerm, que já foi diretor da BFA Fashion Design, em seus estudos sobre processo criativo em design de moda, diferencia moda e vestuário. Segundo ele:

  A moda é: 

  • Tentadora;
  • Imaginativa;
  • Visionária;
  • Conceitual;
  • Contextual;
  • Autêntica;
  • Simbólica;
  • Inovadora;
  • Desaficadora;
  • Nova;
  • Única;
  • Alusiva;
  • Artística.

O vestuário é :

  • Impessoal;
  • Homogeneizado;
  • Genérico;
  • Indefinido;
  • Insípido;
  • Comum;
  • Incoerente;
  • Banal;
  • Produto;
  • Filtrado;
  • Monótomo;
  • Vago.

O designer de moda que trabalha no Brasil deve equilibrar os princípios da moda citados anteriormente com os princípios do vestuário, pois em nosso país o mercado exige venda e quantidade, mas também constante inovação e personalidade.

Um designer de moda que atua no mercado brasileiro é um profissional responsável por um conjunto de tarefas. Não se pode esperar que o profissional desempenhe todas as atividades diretamente, mas a supervisão delas é essencial.

As principais atividades estão relacionadas a esse trabalho são as seguintes.

  • Pesquisa: Determinar um tipo de comportamento e reunir referências para a coleção.
  • Tendências: procurar as principais tendências de design e de mercado, além de atribuir tais referências aos produtos.
  • Criação de painéis de conceito e comportamento: Editando sua pesquisa de maneira clara para mostrar a equipe.
  • Tecidos: entendendo sobre caimento, aplicação, uso, desempenho, estética, custos, implicação da produção e metragem mínima necessária.
  • Coordenando a criação: trabalhando com parceiros que criam acessórios, estampas e detalhes específicos.
  • Monitorando a qualidade: estabelecendo padrões de cor e utilizando códigos para que sua coleção não tenha problemas relacionados a diferentes tonalidades.
  • Protótipos: junto à modelista e utilizando modelagem ou moulagem e fazendo peças pilotos em algodão cru.
  • Criando planos comerciais: estratégias de vendas e de marketing para o produto.
  • Revisão: Comparando peças prontas com protótipos.
  • Entendendo custos: Informando-se sobre preços do mercado para cada material e componente, e tendo noções básicas de remarcação e lucratividade.

Criar não significa somente esboçar e inventar ideias. Desde o desenvolvimento do conceito, durante a elaboração dos croquis, passando pela edição da seleção final, até o processo técnico empreendido quando as criações são testadas e refinadas o designer de moda nunca deve interromper a análise crítica do que pretende para a coleção.  

 

Por Kledir Salgado
Designer de moda com Mestrado em Têxtil e Moda pela USP

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Lindo lindo.

Parto do ponto da inovação sempre. Sem visão não há futuro.

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