A palavra "tropeiro" deriva de tropa, numa referência ao condutor de tropas de animais, como gado e, também, dos que transportavam mercadorias como os burros de carga.
Na Paraíba, a história do algodão pode ser contada por meio da história dosTropeiros da Borborema. Estes corajosos homens conduziam burros com cargas de algodão e outros produtos em uma serra perigosa, na época mais conhecida como “Serra da Viração”— devido ao alto número de acidentes. Veja o relato de Francisca Vieira, CEO da Natural Cotton Color - NCC Ecobrands:
"Meu pai, quando menino, ia em cima das cangalhas, no meio das cargas de algodão acompanhando meu avô nas viagens. Meu avô era tropeiro e tinha uma das maiores tropas de burros da região.
O percurso das comitivas podia durar um mês. No caminho paravam em ranchos feitos de estacas de madeira e cobertos de galhos de árvores. Ali acendiam uma fogueira e assavam carne de sol e comiam com farinha de mandioca e rapadura. Saíam em comitiva da cidade de Itaporanga, onde nasci, e chegavam em Campina Grande, a Rainha Borborema, onde descarregavam os fardos de algodão. Voltavam para casa com mantimentos como milho, arroz e feijão.
Descarregavam o algodão na rua Marques de Herval e os animais ficavam pastando e esperando as novas cargas na beira do açude velho, fatos este que comprovei diante do acervo fotográfico de Edson, exposto no restaurante Manoel da Carne de Sol. Depois, meu pai junto com meu avô diversificaram seus negócios e começaram a vender rapadura para outro estado, o Ceará, e meu pai ficou encarregado deste novo comércio.
Após a morte do meu avô, meu pai ele herdou sua própria fazenda e começou a plantar o algodão e ter seu próprio armazém chegando a ter o primeiro caminhão na cidade.
Hoje, com meu pai já falecido e eu trabalhando com algodão colorido, não poderia deixar de contar um pouco desta história linda que é reforçada no texto do professor José Romero* e terminar com a letra da música Tropeiros da Borborema, de Luiz Gonzaga."
Para vencer os obstáculos representados pelo Planalto da Borborema, conduzindo tropas de burros, precisava ser muito corajoso. Conforme a professora Inês Caminha Lopes Rodrigues, em 'Revolta de Princesa: Contribuição ao Estudo do Mandonismo Local', a barreira geográfica era um grande empecilho para o escoamento da produção sertaneja, o que justifica em parte as decisões dos produtores da região polarizada por Princesa de buscar na época as praças pernambucanas a fim de implementar os negócios.
Os tropeiros da Borborema sintetizaram a coragem inaudita do povo interiorano em vencer barreira, razão pela qual a imortalidade suscitada na eterna composição de Asfora e Cavalcanti tem a característica de ser oportuna e pioneira na homenagem aos grandes seres humanos que hoje estão representados em monumento em Campina Grande.
A belíssima canção reconhece em seus refrães finais que Campina Grande somente tem a sua grandeza devido à presença chamado Luiz Gonzaga do Nascimento, responsável pela impecável voz para a eternidade da música, pois quando o eterno 'Rei do Baião' interpretou 'Tropeiros da Borborema' lançou imediatamente as bases da imortalidade desta magistral poesia nordestina surgida nas paragens da antiga Vila Nova da Rainha. Devido à presença de várias empresas que desenvolvem tecnologia de ponta, havendo ênfase ainda aos estudos e experiências que resultaram nas impressionantes fibras do algodão colorido, que são orgulhos da cidade de Campina Grande e motivos que a tornaram conhecida internacionalmente como polo dinâmico e criativo de um nordeste que precisa e pode crescer em ritmo cada vez mais intenso."
(*) José Romero Araújo Cardoso. Geógrafo. Professor-adjunto do Departamento de Geografia da Faculdade de Filosofia e Ciências Sociais da Universidade do Estado do Rio Grande do Norte.
Letra de Raimundo Asfora e Rosil Cavalcante Cantada por Luis Gonzaga
Estala relho marvado
Recordar hoje é meu tema
Quero é rever os antigos tropeiros da Borborema
São tropas de burros que vêm do sertão
Trazendo seus fardos de pele e algodão
O passo moroso só a fome galopa
Pois tudo atropela os passos da tropa
O duro chicote cortando seus lombos
Os cascos feridos nas pedras aos tombos
A sede e a poeira o sol que desaba
Rolando caminho que nunca se acaba
Estala relho marvado
Recordar hoje é meu tema
Quero é rever os antigos tropeiros da Borborema
Assim caminhavam as tropas cansadas
E os bravos tropeiros buscando pousada
Nos ranchos e aguadas dos tempos de outrora
Saindo mais cedo que a barra da aurora
Riqueza da terra que tanto se expande
E se hoje se chama de Campina Grande
Foi grande por eles que foram os primeiros
Ó tropas de burros, ó velhos tropeiros
Não sei se tem como mas seria bom colocar o vídeo da musica que esta no youtube.
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é amigo, eu ainda cheguei a ver alguma coisa, infelizmente elas nao resisitiram a 30 anos dos cunha lima mandando lá, hoje a cidade é uma das mais violentas do estado, as favelas ninguem conta quantas sao e cassio cunha lima é o senador de la, cassado, ficha suja e pousando de arauto da decencia e da honestidade, este pais esta condenado
francisca gomes vieira disse:
é amigo, eu ainda cheguei a ver alguma coisa, infelizmente elas nao resisitiram a 30 anos dos cunha lima mandando lá, hoje a cidade é uma das mais violentas do estado, as favelas ninguem conta quantas sao e cassio cunha lima é o senador de la, cassado, ficha suja e pousando de arauto da decencia e da honestidade, este pais esta condenado
prezado izidro se voce puder ver na nossa pagina:
http://www.ecofriendlycotton.com/2016/05/a-serra-da-borborema-tem-m...
fizemos alguma modificaçoes na materia, se nao for incomodo
Izidro Gomes Xavier disse:
Eita artigo bom da moléstia, isto para quem nasceu em Princesa e se criou e estudou em Campina Grande com eu.....é até emocionante.....cheguei a conhecer Raimundo Asfora-politico e Rosil Cavalcante radialista... Sai de Campina em 1964 mas tudo fica gravado....foi legal a narrativa da Francisca....Morei em Capivari e tive tecelagem em Americana...há alguns anos me desliguei do ramos têxtil. Agora em Goiânia mas nunca nos esquecemos de Campina -
Rainha da Borborema....La tinha grandes tecelagens como ex. Cotonifício Campinense e outras.
Izidro Gomes Xavier....
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