Industria Textil e do Vestuário - Textile Industry - Ano XVI

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Setor de Moda Mantém Taxa de Juros em Modalidade mais Popular

As varejistas de moda C&A e Renner cortaram os juros das suas operações de crédito nas últimas semanas e devem ser seguidas, em breve, por Marisa e Guararapes, dona da Riachuelo. Mas as reduções confirmadas até agora, não alcançam a modalidade "0+8", bastante popular no setor e que divide o valor da compra em oito parcelas, sem entrada. O juro nesse tipo de operação, a que dá mais receita para as financeiras das redes de moda, permanece no padrão de 6,9 % ao mês.

Por enquanto, diminuíram as taxas de juros cobradas no rotativo dos cartões de crédito (quando o consumidor adia parte do pagamento para o mês seguinte), e dos empréstimos pessoais.

Supondo que a taxa do parcelado "0+8" da Renner caia para 5,9% ao mês em 2013, o resultado da operação financeira da empresa seria 9,5% menor do que se a taxa permanecesse em 6,9%, calcula a Raymond James.

Na mesma comparação, o resultado da operação de crédito da Marisa recuaria 34,8% e o da Guararapes, 13,2%, considerando que ambas adotem cortes iguais aos da Renner no rotativo e no empréstimo pessoal.

Com o juro do parcelado em 5,9%, a operação financeira da Renner passaria a representar 19% do Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciações e amortizações). Hoje está em torno de 25%. Se o juro do "0+8" cair ainda mais em 2014, para 4,9%, o percentual em relação ao Ebitda diminuiria para 16%, diz a Raymond James.

Assim como acontece com os bancos tradicionais, as altas taxas das compras com juros subsidiam as parceladas sem juros, que são a maior parte. Um eventual aumento do volume dos empréstimos devido a taxas menores é considerado "possível" pelos analistas, porém bastante difícil de estimar.

O horizonte, no curto prazo, é de resultados mais magros. Mas Renner, por exemplo, já praticou taxas menores do que as anunciadas recentemente e, nem por isso, deixou de ganhar dinheiro com crédito. "Antes da crise de 2008, a Renner cobrava 4,9% de juros ao mês, e 4,5% no começo de 2006", diz um relatório do JP Morgan.

Para o banco, se já em 2013 a Renner voltar aos patamares de juros de 2007, seu Ebitda consolidado pode cair 8% em relação ao cenário-base projetado pelo JP Morgan atualmente (que considera uma taxa de 5,5% ao mês de juros no "0+8" no próximo ano). Ainda assim, o Ebitda da empresa cresceria 10% em relação a 2012.

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