Industria Textil e do Vestuário - Textile Industry - Ano XVI

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Diretora do Instituto Orbitato ressalta que é hora de pensar em uma marca própria

Celaine Refosco, do Instituto Orbitato: devemos tentar estabelecer um equilíbrio entre global e local (Foto: William Bucholtz)

 

A indústria têxtil ainda se espelha nas tendências internacionais para fazer moda. Mas com a economia atual desaquecida e uma mudança no perfil do consumidor brasileiro, que está mais atento às produções de qualidade e à procura de produtos diferenciados, está na hora de o Brasil deixar de copiar o que vem de fora e pensar em uma "marca própria". 

É o que diz Celaine Refosco, diretora do Instituto Orbritato, uma escola de estudos em arquitetura, moda e design, com sede em Pomerode. Sobre como dar este passo,a diretora pondera que é preciso trabalhar a questão de forma equilibrada.

“Tenho visto um movimento que me parece uma volta natural em mercados mais locais. Estendemos demasiadamente o conceito de mercado global, devemos voltar e tentarmos estabelecer um equilíbrio entre global e local. Precisamos aprender a dar valor para o que é de perto, e o que é de perto, naturalmente deve aprender a ter valor. Precisamos de melhores práticas no mercado têxtil e de moda”.

Segundo a diretora, é importante que a relação entre os setores administrativos e de desenvolvimento de produto sejam maiores.

“Há que haver um fluxo de ações coordenadas desde o mercado até o desenvolvimento, e do desenvolvimento também em direção ao mercado. Mais do que desenvolver o produto é preciso escolher corretamente quais vão para o mercado, como e por quê. É fundamental integrar o sistema que produz com o sistema que vende”.

Celaine destaca ainda que a importância da moda brasileira ter uma identidade significa um ganho econômico, cultural e social para toda cadeia produtiva do mercado têxtil.

“Todos nós ganharíamos muito. Toda a cadeia produtiva que ainda está ativa, desde plantadores de algodão e produtores de outras fibras, fabricantes de componentes, os eventos, as pessoas. Significaria um ganho social e cultural imenso”.

A diretora ressalta também que o consumidor está maias atento à origem do produto.

“A oferta e a procura são dois lados da mesma moeda. A campanha que o Sebrae está fazendo neste momento, “Compre do pequeno negócio”, por exemplo, é muito legal, chama a atenção de um poder de decisão de quem consome”.

Capacitação e qualidade

A especialista adverte sobre a importância da capacitação para uma produção de qualidade. Na opinião de Celaine o conhecimento técnico permite que a criatividade se revele de forma comprometida e coerente. 

A diretora reforça que o momento atual é oportuno para que o Brasil mude sua posição no cenário de produção de moda e no mercado têxtil em geral, construindo sua identidade. 

“Construir identidade é um aprendizado de si mesmo. É como dizer: o que eu quero falar? Em favor do que ou de quem eu quero falar? Que cara eu tenho? Ou seja, tem que se organizar para trabalhar e descobrir qual a razão pela qual se trabalha. Produtos e métodos que trabalham evidentemente só pra ganhar dinheiro, não parecem estar no melhor caminho”.

Sobre Celaine

Celaine Refosco é diretora Criativa do Instituto Orbitato. Artista plástica e mestre em educação é especialista em Design para Habitação pelo CDI, Uruguai/Itália e diretora de Criação em Moda pela FAAP e MASP/ABIT.

Trabalhou com desenho de estampas em importantes indústrias brasileiras, ilustrou a Revista Trip e implantou o curso de Graduação em Moda da Unerj, em Jaraguá do Sul, que coordenou de 2003 a 2006.

Tomou a liderança em várias oportunidades em favor da ampliação do conhecimento e da capacidade criadora relacionada a design têxtil, moda e arte. Vislumbrou a lacuna educacional e cultural que permitiu a criação do Instituto Orbitato no cenário industrial catarinense.

http://www.noticenter.com.br/?modulo=noticias&caderno=textil&am...

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Respostas a este tópico

  Celaine destaca ainda que a importância da moda brasileira ter uma identidade significa um ganho econômico, cultural e social para toda cadeia produtiva do mercado têxtil.

Talvez agora, alguem escute esta profissional que poucos tem esta coerencia, quando o NCC começou a plantar seu proprio algodao diziam que estavamos loucos, quando eu digo que nao quero nem ouvir falar em tendencias me olham como se eu fosse um ET, mas é preciso que as universidades ensinem onde esta a nossa identidade, pois a riqueza esta na nossa cultura, nossa fauna, nossa flora, unica no planeta, ontem estava revisando nossas estampas para a premiere vision e tinha uma maravilhosa feita como nosso tatu bola, nossos estampadores sao artistas plasticos, nunca olharam para tendencia, eles seguem a arte dai chegam na moda com identidade unica, nossas estampas sao unicas no salao, nossos tecidos sao unicos e assim estamos chegando no mercado internacional e ampliando o nacional, inovaçao, identidade propria, design arrojado, este é o segredo, parabens a esta senhora

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