Industria Textil e do Vestuário - Textile Industry - Ano XVI

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Setor têxtil deve R$ 1,2 bi à União-Nas cinco cidades da RPT (Região do Polo Têxtil)

 


Mais de 900 empresas da região estão inscritas pela Procuradoria-Geral no cadastro da dívida ativa do governo federal.


Um levantamento feito pelo LIBERAL em dados da Procuradoria-Geral da Fazenda Nacional mostra que empresas têxteis da região devem cerca de R$ 1,2 bilhão ao governo federal. São dívidas tributárias e previdenciárias, como débitos com o INSS. Entre as maiores devedoras estão indústrias que já faliram ou fecharam.

A consulta à lista de devedores é disponibilizada no site da Procuradoria-Geral. Nas cinco cidades da RPT (Região do Polo Têxtil), havia pelo menos 931 empresas do setor inscritas no cadastro da dívida ativa da União até a última semana.

A maioria da lista – 535 – tem como sede Americana. O topo das principais devedoras é ocupado por indústrias que apresentaram graves crises financeiras nos últimos anos e acabaram encerrando as atividades. A Têxtil Tabacow tem a maior dívida das cinco cidades. No total, a empresa acumula um passivo de R$ 182 milhões.

Em crise desde os anos 90, a fabricante de tapetes tentou recuperação judicial em 2013, mas acabou fechando no ano passado.  Em situação semelhante, a Polyenka é a segunda do ranking. Junto a Tabacow, a dívida das duas corresponde a mais de um quarto do passivo total das indústrias têxteis da região. São R$ 177 milhões em débitos com a Fazenda Nacional, sendo que mais da metade é referente a contribuições previdenciárias. Em janeiro deste ano, a Polyenka anunciou o encerramento da produção em Americana e demitiu 300 funcionários.

Foto: João Carlos Nascimento / O LiberalPolyenka deve mais de R$ 177 milhões ao governo, aponta listagem

Dilézio Ciamarro, presidente do Sinditec, sindicato que representa indústrias têxteis da região, diz que as contribuições previdenciárias – um dos débitos que levam empresas à inscrição na dívida ativa da União – têm um peso enorme para os empresários, o que acaba impactando na hora de fechar as contas.
O impacto, segundo ele, ficou maior no ano passado, quando o governo federal publicou medida provisória que elevou as alíquotas da contribuição previdenciária sobre a receita bruta das empresas.

Indústrias que recolhiam 1%, passaram a recolher 2,5%. O setor têxtil, que havia sido beneficiado anteriormente pelo projeto de desoneração, foi um dos prejudicados.

“Ficou muito pesado. O aumento foi de 150%”, comentou. “Muitas empresas estão deixando de recolher por não conseguir. Essa história de que o governo pensa que aumentar imposto vai recolher mais, muitas vezes, é um tiro no pé”.

As consequências da inscrição na dívida ativa são semelhantes, guardadas as proporções, a inclusão de um consumidor nos cadastros de inadimplência, explica o presidente do IBPT (Instituto Brasileiro de Planejamento e Tributação), João Eloi Olenike.

“Não tem possibilidade de abrir conta em banco, usar limite de cheque especial, participar de licitação. Se for uma pessoa física e tiver uma restituição de imposto de renda, bloqueia na hora”, detalha. Para tentar evitar o acúmulo de credores, o governo busca negociações e parcelamentos com as empresas. “O que acontece é que, às vezes, não tem nem o que executar da empresa. Fica como mais um credor. A ideia do governo é arrecadar sempre. É óbvio que ele não quer causar problemas na economia”, diz.

Fusame e Prefeitura de Sumaré na lista
Entre os milhares de devedores inscritos no cadastro da dívida ativa da União, apenas dois são órgãos públicos. A Fusame, fundação responsável por gerenciar a rede municipal de saúde em Americana, tem um passivo de R$ 24,1 milhões com o governo federal. Do total, R$ 19,2 milhões são referentes a débitos previdenciários.

Em Sumaré, a prefeitura aparece na lista da Procuradoria com um débito de R$ 37,8 milhões, segundo que a maioria – R$ 35,5 milhões, é com a Previdência Social. Segundo a Secretaria de Finanças da cidade, a prefeitura paga mensalmente o débito. O cadastro de devedores na RPT aponta que há 18.263 inscritos, entre pessoas físicas e jurídicas. O LIBERAL contabilizou as 100 maiores dívidas em cada uma das cinco cidades. No total, o valor chega a R$ 8,6 bilhões.

Entre as empresas, aparecem a massa falida da Soma Equipamentos Industriais, de Sumaré, a Mabe, de Hortolândia. Indústrias na ativa, como a Nardini, de Americana, e a Lupatech, de Nova Odessa, também figuram entre as maiores devedoras.

“As empresas deixam o débito fiscal por último, e dão mais prioridade para aquilo que pode dar maior problema a curto prazo, como a dívida trabalhista e as dívidas com fornecedores”, explica o presidente do IBPT, João Eloi Olenike.

http://liberal.com.br/cidades/regiao/setor-textil-deve-r-12-bi-unia...


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