Industria Textil e do Vestuário - Textile Industry - Ano XVI

Industria Textil e do Vestuário - Textile Industry - Ano XVI

A notícia de que a Vicunha – um dos mais tradicionais grupos têxteis do Brasil - decidiu fechar sua fábrica de viscose em Americana (SP) foi lamentada por representantes do setor têxtil gaúcho. Para eles, a decisão da Vicunha mostra o impacto que a avalanche dos importados asiáticos tem sobre toda a cadeia produtiva do vestuário e torna clara a necessidade de apoio do governo federal ao setor. A fábrica era a única que produzia fibras de viscose nas Américas.

O diretor do Sindicato das Indústrias Têxteis do Rio Grande do Sul, Daniel Vianna, lembra que a briga é antiga, “vem de décadas”. Apesar disso, avalia, a situação de hoje não é muito diferente da de 10 anos atrás. “Continuamos expostos”, afirma. Ele entende que é cedo para saber como as indústrias vão reagir à decisão da Vicunha. “Vai depender do que vai acontecer em São Paulo”, avalia. Se as tecelagens comprarem mais algodão ou poliéster em vez de importar viscose, essas outras fibras poderiam ter seu preço elevado. A própria viscose poderia ficar mais cara, já que os importadores poderiam aumentar sua margem de lucro.

O presidente da Sultêxtil, João Paulo Reginatto, não acredita nessa hipótese. “Comprava entre 10 e 20 toneladas mensais da Vicunha. Não vai faltar. É até mais barato (comprar dos asiáticos). A maior parte da viscose vem da Ásia. Tudo que vem da Ásia entra com preço muito baixo, e o empresário brasileiro não tem condições de competir”, diz.  Segundo ele, quem mais perde é o Brasil. “É uma fábrica a menos, é emprego a menos, renda a menos, tecnologia a menos, uma matéria-prima a menos. Assim, a gente vai somando derrotas”, lamenta o empresário que há 25 anos era cliente da Vicunha. Para ele, o maior problema do setor é a roupa que chega pronta ao País. “Entra muita confecção pronta. Não é só o tecido.”

A presidente do Sindicato da Indústria do Vestuário do Estado do Rio Grande do Sul (Sivergs), Doris Spohr, lembrou o alerta feito pelo presidente da Associação Brasileira da Indústria Têxtil e de Confecção (Abit), Aguinaldo Diniz Filho, para quem a cadeia produtiva do vestuário pode desaparecer se algo não for feito. “As confecções estão fechando. O consumidor quer um produto mais barato, então o lojista vai atrás de um produto mais barato, e o industrial tem de achar soluções para se manter”, afirma.

Para os industriais, a melhor forma de reação à avalanche de importados é a redução da carga tributária. “O custo da indústria no Brasil é muito alto. A carga tributária é o maior problema do empresário brasileiro. Na Ásia, não passa de 20%, enquanto no Brasil beira os 40%. Isso tirou a competitividade da Vicunha”, analisa Reginatto. Já Vianna destacou o trabalho realizado junto a Abit para conseguir diminuir a carga tributária federal sobre o setor. “Estamos pleiteando uma redução do PIS e Cofins, que formam 9,25% hoje”, relata.

A fábrica de Americana operava desde 1949 e havia sido adquirida pelo grupo Vicunha em 1982. Segundo a empresa, 300 funcionários foram demitidos. A importação de fios de viscose duplicou desde 2008. Com isso, a produção nacional caiu, levando a uma menor procura pela fibra. A gota d’água, segundo a Vicunha, foi o aviso dado pelo governo de que não renovaria o aumento da alíquota de importação para os fios da Indonésia e Turquia - maiores produtores do mundo. A empresa também argumentou que as medidas antidumping contra seis países, impostas em 2009, acabaram pouco eficazes, pois os importadores conseguiram contornar a barreira. Dados do Ministério do Desenvolvimento mostram que as importações de vestuário subiram 214% entre 2008 e 2012, para US$ 2,2 bilhões.

http://jcrs.uol.com.br/site/noticia.php?codn=132049

Jair Stangler

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“É uma fábrica a menos, é emprego a menos, renda a menos, tecnologia a menos, uma matéria-prima a menos. Assim, a gente vai somando derrotas”, lamenta o empresário que há 25 anos era cliente da Vicunha. Para ele, o maior problema do setor é a roupa que chega pronta ao País. “Entra muita confecção pronta. Não é só o tecido.”

caro romildo leite,

desabafo doloroso, em se tratando da área que amamos.

quando estávamos pleiteando aquela arrancada, contrata o excesso de  tributos (grupo PRIMAVERA), onde muito companheiro estavam empenhado pelo tributário, encontramos coisas vergonhosas.

uma peça confeccionada  em malhas, com a mesma tecnologia nossa ou até mais  arcaica, ENCONTRAMOS PREÇOS APROXIMADAMENTE DE 73%, CONSIDERANDO NOSSOS PREÇOS DE MERCADO.

CONSTAMOS TAMBÉM QUE, A CARGA TRIBUTÁRIA TOTAL SITUAVA-SE, EM TORNO DE 17,50%.

muitas são as empresas que estão na corda bamba.

o desequilibrio na cotação do DOLLAR, NÃO VAI REFRESCAR. PODE  ESTÁ HAVENDO UMA  AVALIAÇÃO EQUIVOCADA.

EXISTEM DOIS FATORES QUE NÃO PODEMOS CONCORRER COM OS  ASIÁTICOS.

1 -  CUSTO DE MÃO DE OBRA.

2 - TRIBUTOS

ESTE ASSUNTO, PERCEBE-SE UMA TOTAL DERROCADA DO GOVERNO.

PILATOS DEVER SER UM DOS MINISTROS DA MADAME. TODOS ESTÃO TODO TEMPOS, DANDO UM TESTEMUNHO DO "LAVAR AS MÃOS".

VERGONHOSO, É ESTE SENÁCULO, COMPANHEIROS. 

compartilho o mesmo raciocínio do amigo nos pontos principais que precisam ser revistos:

Custo de Mão de Obra  e Tributos.

Se o governo não fizer algo para o Brasil  (crescer),  os países asiáticos continuarão a fazer algo para o Brasil (quebrar).

Caro Herber Silva,

concordância total com o que falas.

cada vez que fechamos uma industria no Brasil, outra industria mais forte estará sendo aberta na china  e em outros paises  asiáticos.

a politica  da "madame", é esta: ter aliança com os mais indignos: como os herdeiros  do Hugo chaves e tantos outros, em uma associação macabra, para  fazer medo a todos nós.

muito temos  que fazer pelo setor têxtil, caro companheiro. NOSSAS VOZES!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!

os meninos" chegaram e  estão ai dando o recado.

bom seria que houvessem participantes  desses grupos, que abracem a nossa causa.

o Brasil e mundo, tomariam ciência  das nossas dificuldades e até preconceitos que nos sobreveem.

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