Industria Textil e do Vestuário - Textile Industry - Ano XVI

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'Pressões inflacionárias atuais não são do tipo que se combate com juros altos', explica Pimentel.

O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central deve elevar a taxa básica de juros Selic em 1,5 ponto percentual na reunião iniciada ontem e que termina nesta quarta-feira, levando-a a um patamar superior a 10% ao ano. A alta contraria o setor produtivo:

“No último aumento da taxa, em outubro de 2021, nós ponderamos que seria importante o Banco Central parar com sua escalada, porque a economia não está forte. Está andando de lado, com alguns poucos segmentos em situação ligeiramente melhor”, ressalta Fernando Valente Pimentel, presidente da Associação Brasileira da Indústria Têxtil e de Confecção (Abit).

“As causas das pressões inflacionárias atuais não são do tipo que se combate com juros altos. Trata-se de uma consequência das desestruturações nas redes de produção, distribuição e oferta dos produtos”, explica Pimentel.

O dirigente acentua que juros altos inibem o investimento e o consumo. Ao mesmo tempo, cabe lembrar que o Brasil ainda tem memória inflacionária que não pode ser negligenciada. “O pior que poderia acontecer seria uma reindexação forte da economia. Assim, o grande desafio do Banco Central é encontrar o ponto de equilíbrio entre os dois fatores, levando em conta que o remédio da Selic não pode ser administrado em doses que sejam letais ao paciente, ou seja, a indústria, o comércio, os setores produtivos e o consumidor. Este último ficaria com muita dificuldade para honrar seus compromissos”, analisa.

Normalmente, há uma demora de seis a nove meses para os efeitos da taxa de juros manifestarem-se de maneira completa. “Já estamos sofrendo hoje as consequências da elevação da Selic em 2021. Por isso, a indústria têxtil e de confecção e a Abit entendem ter chegado a hora de interromper esse ciclo”, ressalta Pimentel, alertando que o mercado de consumo voltou a piorar, devido às restrições impostas pela variante ômicron.

O dirigente observa que nos Estados Unidos, por exemplo, o problema é semelhante. “Lá, também é anunciado o aumento dos juros e redução de incentivos, mas o Brasil acelerou fortemente e em níveis muito mais elevados a escalada da Selic. Isso é ruim para as contas públicas e a economia, pois é uma estratégia nociva para a retomada do crescimento e a geração de emprego e renda”, conclui o presidente da Abit.

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