Depois de iniciar 2018 com previsões de crescimentobastante otimistas, a Associação da Indústria Têxtil e de Confecção (ABIT) reviu para baixo as expectativas dos setores para este ano. A meta era registrar expansão igual ou superior a 2017, quando a produção de vestuário teve alta de 3,5%, a têxtil 5,7% e a de vestuário 7,6%. Neste ano, a expectativa de crescimento desses setores foi reduzida para 1,2%, 2,9% e 3,4%, respectivamente.
Segundo o presidente da ABIT, Fernando Valente Pimentel, a revisão das metas deve-se a um somatório de problemas. Um deles, a greve dos caminhoneiros, que comprometeu o ritmo de produção. “A tabela do frete vai elevar R$ 6 bilhões para mais de R$ 10 bilhões os custos com o transporte”, declarou.
Com o aumento do crédito para pessoa física e a queda da taxa Selic, entre janeiro e maio deste ano, os consumidores direcionaram as compras para produtos como eletroeletrônicos e veículos, o que reduziu as vendas de peças de vestuário, inclusive da coleção de inverno. A indefinição que marca os cenários político e econômico são outros fatores que não têm contribuído para o fortalecimento das atividades.
Conforme o dirigente, entre janeiro e maio deste ano, as importações aumentaram 16,51% e as exportações estão negativas em 6,51%. Atualmente, o saldo da balança comercial está negativo em US$4,65 bilhões. Em 2017, a diferença ficou em US$ 4 bilhões.
Minas Gerais
Com 13,2% das indústrias têxteis e de confecção do país e 3.640 estabelecimentos dos dois segmentos, Minas Gerais acompanha o cenário nacional. Segundo o presidente do Sindicato das Indústrias de Fiação e Tecelagem (Sift), Fabiano Soares Nogueira, problemas como a alta do algodão e do câmbio, que impactaram o setor entre janeiro e maio, podem gerar resultados inversos em um futuro próximo.
"Esses aspectos podem trazer problemas a princípio, mas trarão benefícios no futuro. Acredito que as importações continuarão crescendo neste ano, mas vão cair a partir de 2019”, enfatizou.
Luciana Sampaio Moreira
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