Segmento fechou no azul com avanços no emprego e produção em Americana, mas importações crescem mais rápido que o mercado nacional.
O ano de 2024 trouxe um cenário levemente otimista para o setor têxtil e de confecção em Americana e em todo território nacional, superando os desafios de 2023, mas ainda lidando com questões estruturais e conjunturais que afetam a competitividade e o crescimento sustentado.
Segundo Leonardo Sant’Ana, presidente do Sinditec (Sindicato das Indústrias de Tecelagens de Americana, Nova Odessa, Santa Bárbara d’Oeste e Sumaré), 2024 foi um ano marcado por contrastes dentro do setor têxtil.
Enquanto a produção de tecidos denim, usados para fabricação de jeans, enfrentou uma queda significativa, o segmento de tecidos para uniformes profissionais, o chamado workwear, cresceu consideravelmente, equilibrando os resultados.
Já no setor de confecção, embora tenha havido um desempenho apenas razoável, a aplicação de novas taxas de importação contribuiu para um leve aquecimento do mercado interno ao frear a entrada de produtos importados, especialmente após agostIndústria têxtil em Americana: setor é um dos mais fortes na cidade – Foto: Marcelo Rocha/Liberal
No entanto, Sant’Ana destaca que o setor está de olho na reforma tributária, aguardada para trazer isonomia entre estados e equalizar a concorrência no mercado nacional. Ele também enfatiza a importância da renovação do crédito outorgado pelo Governo de São Paulo para a indústria têxtil e de confecção, o que dará fôlego ao setor até 2033, prazo para a eliminação total de incentivos fiscais regionais.
“Para 2025, as expectativas são de apreensão, com foco no controle das contas públicas para evitar um ciclo de juros altos, inflação e recessão”, afirma.
Fernando Valente Pimentel, diretor-superintendente da Abit (Associação Brasileira da Indústria Têxtil e de Confecção), reforça que o ano deve fechar no azul, com o setor têxtil liderando o crescimento.
Ele projeta um avanço de 3,5% no têxtil e 3% no vestuário, o que, combinado, representa uma alta de 3,3%, insuficiente, porém, para compensar a retração de 3,9% do ano anterior.
“O impacto positivo do programa Remessa Conforme [conhecido como ‘taxa das blusinhas’] e a alta demanda sazonal no fim do ano são destaques, mas as importações continuam crescendo em um ritmo seis a sete vezes superior ao da produção nacional”, compartilhIndústria têxtil em Americana: setor é um dos mais fortes na cidade – Foto: Marcelo Rocha/Liberal
No que diz respeito ao emprego, o saldo positivo de nove mil postos formais, principalmente no setor têxtil, marca uma recuperação após a perda de 21 mil vagas em 2023. Ainda assim, o aumento nas importações, impulsionado por plataformas digitais, segue desafiando a competitividade da indústria nacional.
Julio Scudeler, presidente do Sinditêxtil (Sindicato da Indústria de Fiação e Tecelagem em Geral do Estado de São Paulo), complementa apontando a recuperação no segundo semestre de 2024 em São Paulo, com um crescimento esperado de 6% no Estado, acima da média nacional.
“A busca por isonomia tributária, simbolizada pela chamada ‘taxa das blusinhas’, continua sendo uma prioridade para tornar o mercado mais competitivo frente aos importados”, destaca.
Para 2025, as perspectivas são de um crescimento mais moderado, com o têxtil avançando 1,4% e o vestuário, 1%, dependendo do comportamento da economia doméstica e das taxas de juros.
“O foco será na melhoria do ambiente de negócios e na transformação de desafios em oportunidades, como o incentivo à exportação de produtos brasileiros e a regulamentação do comércio eletrônico para garantir uma concorrência justa”, diz Scudeler.
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