Industria Textil e do Vestuário - Textile Industry - Ano XVI

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Setor têxtil admite que é difícil fiscalizar as condições de trabalho nas confecções

Entre as entidades representantivas da cadeia produtiva da moda, há um discurso comum. Para elas, é difícil fiscalizar as condições de trabalho nas confecções, em função da grande quantidade de médias e pequenas empresas prestando o serviço no país e da prática corriqueira de teceirização e quarteirização da mão de obra. Mesmo assim, garantem que já há esforços neste sentido.

--- São 25 mil pequenas e médias confecções no Brasil, duas mil delas são nossas associadas. Não temos como fiscalizar tudo, mas contamos com a parceria dos sindicatos das costureiras para fazer denúncias de casos de trabalho infantil e outras irregularidades --- contou Roberto Chadad, presidente da Associação Brasileira de Vestuário (Abravest).

O debate sobre as más condições de trabalho na cadeia da moda ganhou força ontem, após ter ido ao ar uma reportagem do programa "A Liga", da TV Bandeirantes, mostrando funcionários estrangeiros submetidos a condições análogas à escravidão em oficinas de costura em São Paulo que produzem roupas para a marca espanhola Zara.

A Abravest é uma das principais entidades que representa o setor de confecções no país. Para garantir a qualidade das roupas, ela criou o selo "Abravest qualidade do produto", cujos objetivos, segundo informações do site, são: "aumentar as possibilidades de exportação, diminuir o custo de produção; e beneficiar o consumidor com produtos diferenciados".

-- Redigimos, na última segunda-feira (dia 15/08), uma nova cláusula nas normas de concessão do selo prevendo a exclusão da Abravest de toda a empresa que empregar trabalho infantil ou submeter os funcionários à condições humilhantes de trabalho -- informou Chadad, ao ser perguntado se a entidade desenvolve alguma estratégia para combater o emprego de mão de obra análoga à escrava na cadeia produtiva das confecções. Ele não disse, no entanto, quando o novo texto entrará em vigor.

Vera Santiago, da Associação Brasileira de Verejo Têxtil (Abvtex), que representa grandes marcas de varejo, também reconhece que o trabalho de fiscalizção não é simples, mas diz que são as marcas que devem primeiro buscar estratégias para rastrear sua cadeia produtiva.

--- Já temos um Programa de Qualificação de Fornecedores desde o início deste ano. Divulgamos na mídia e fizemos uma comunicação oficial às empresas do setor. Oito grandes marcas de varejo aderiam voluntariamente. A Zara não -- contou Vera.

O Programa da Abvtex foi criado em parceria com o Instituto Ethos e tem o objetivo de mapear a cadeia de fornecedoreas e, caso seja necessário, capacitá-los em boas práticas de responsabilidade social. O Programa entrou me vigor no início do ano e tem a meta de até dezembro de 2013 concluir o trabalho em todo o país. Entre as empresas que implantaram o Programa e estão fazendo o rastreamento estão: C&A, Renner, Leader, Marisa, Riachuelo e Pernambucanas.

A Associação Brasileira da Indústria Têxtil (Abit) informou em nota enviada à redação que "é signatária do Pacto Nacional pela Erradicação do Trabalho Escravo, do Fórum Nacional Contra Pirataria, e do Pacto Empresarial pela Integridade e Contra a Corrupção". A Abit disse ainda que "incentiva em toda a cadeia as diferentes ações de certificações e pactos que existem entre seus assoicados, dentre eles, o seu próprio selo QUAL, criado este ano para empresas de confecções de uniformes". O selo é concedido para empresas que passam por rígido controle legal, técnico, ambiental e também de responsabilidade social.

Fonte:|http://oglobo.globo.com/blogs/razaosocial/posts/2011/08/17/setor-te...

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