Industria Textil e do Vestuário - Textile Industry - Ano XVI

Industria Textil e do Vestuário - Textile Industry - Ano XVI

Sociedade está mais atenta à sustentabilidade, diz especialista em moda

Em palestra na sede da Fiesp, Patricia Sant´Anna falou sobre mudança de comportamento do consumidor brasileiro e necessidade de adaptação da indústria

Alice Assunção, Agência Indusnet Fiesp

A indústria confeccionista de vestuário comete um importante erro ao direcionar sua estratégia de criação e produção para a marca, em vez de pensar no consumidor final, avaliou nesta terça-feira (22) a especialista em moda Patricia Sant´Anna, fundadora da consultoria Tendere.

“O confeccionista acha que está produzindo para a marca, mas tem que pensar no cliente final, porque é ele que legitima toda a cadeia produtiva”, afirmou Patricia ao palestrar sobre a sustentabilidade e a indústria da moda. O seminário, voltado para profissionais dessa indústria, foi organizado pelo Comitê de Responsabilidade Social (Cores) da Fiesp e realizado na sede da entidade.

Segundo a especialista, a sociedade está mais atenta e exigente com relação à sustentabilidade. “Isso tem relação com geração Y e Z, que vai ser mais de 50% da sociedade consumidora ativa em 2017.”

Ela afirmou ainda ser urgente que a indústria da moda, que compreende os segmentos têxtil-confeccionista, calçadista e acessórios, joias e semijoias e beleza (cosméticos e maquiagem), deixe de subestimar o consumidor brasileiro.

Patricia Sant'Anna durante a palestra "Indústria da Moda e Sustentabilidade", na Fiesp. Foto: Helcio Nagamine/Fiesp

 

“O consumo é um ato de afirmação. Se, no primeiro momento o brasileiro pensou muito em comprar em quantidade, agora ele está deixando isso de lado cada vez mais e busca marcas específicas”, disse.

Negócio sustentável

Na avaliação da especialista, o momento da indústria da moda é de mudança de paradigma, para um modelo que busque criar um produto com mais durabilidade não só física, mas simbólica.

“Pensar na durabilidade da peça tanto em termos material quanto simbólicos faz a o produto ser muito mais difícil de ser elaborado”, disse. “E a gente precisa reinventar uma maneira de ganhar dinheiro na verdade, para uma nova realidade, realmente assumir que isso é uma necessidade. Não adianta insistir num formato que está no caminho de ser superado.”

Patricia destacou algumas barreiras para novos modelos de negócios no universo da moda. Uma delas é a “herança escravocrata” que compromete o desenvolvimento de profissionais dessa indústria.

“Há uma hierarquia que inibe funcionários. É importante investir na pessoa, deixá-la florescer na empresa. Às vezes, essa pessoa pode sair da empresa depois e não tem problema nenhum. Ao deixá-la ir para outro lugar, a empresa melhora o seu ambiente competitivo.”

Ela também defendeu que a redução de recursos naturais é uma estratégia de sustentabilidade que gera riquezas para as empresas.

“Ao reduzir o consumo de recursos naturais, os empreendimentos também economizam recursos financeiros. Estamos numa lógica capitalista, então, se a gente não ganhar dinheiro, significa que o processo não funciona.”

http://www.fiesp.com.br/noticias/sociedade-esta-mais-atenta-a-suste...

Exibições: 196

Responder esta

© 2024   Criado por Textile Industry.   Ativado por

Badges  |  Relatar um incidente  |  Termos de serviço