Industria Textil e do Vestuário - Textile Industry - Ano XVI

Industria Textil e do Vestuário - Textile Industry - Ano XVI

São várias as ilegalidades no mercado de vestuário e total a ausência de dados a respeito. O diagnóstico é de Fernando Valente Pimentel, presidente da Associação Brasileira da Indústria Têxtil e de Confecção (Abit) — , que estima que a perda de arrecadação de impostos no mercado ilícito pode chegar a R$ 12 bilhões por ano. “Esse número não tem precisão, porque ninguém mede esse mercado. Mas não é exagerado, chego a ele com base em dados de alguma forma conservadores”, explica.

O mercado interno de roupas movimenta R$ 188 bilhões por ano. É cercado por ilícitos de várias ordens, segundo Pimentel. Por produtos que chegam pelo cruzamento de fronteiras por via terrestre, marítima e aérea, que podem representar 20% da economia subterrânea. Por outro lado, cálculos informais indicam que a roupa vendida no mercado doméstico sem nota ou subfaturada alcança entre 30% e 35%.

Nas mercadorias que vêm de fora a grande ameaça é a Ásia. Pimentel afirma que em certos pontos do país já foram encontrados produtos que chegavam por um quinto do preço que eram recebidos em outras regiões. Existe ainda a forma clássica da pirataria: o produto falsificado. Na lista das marcas nacionais mais copiadas estão Dudalina, Osklen e os produtos licenciados pela Disney. Entre as internacionais, basta circular em qualquer centro de comércio popular para constatar que há uma profusão de grifes vendidas abertamente. Bolsas Chanel e Louis Vuitton, cintos Gucci e Hermès, relógios Cartier ou Omega.

No caso dos produtos de luxo, por que isso acontece? Para Marcos Bedendo, professor de gestão de marcas da Escola Superior de Propaganda e Marketing (ESPM) — os produtos de luxo possuem de forma intrínseca a característica de despertar o desejo sem permitir o acesso a eles. “O fato de poucas pessoas poderem comprá-los cria esse valor desmesurado, muito acima da matéria-prima e da mão de obra empregada. Num produto normal, o custo representa 50% do valor e o resto inclui despesas de administração, marketing e o lucro. No caso dos produtos de luxo o valor de venda pode chegar a 4 mil por cento além do custo”, diz o professor. “Isso não se justiça mesmo que as canetas, relógios e acessórios de grife sejam fabricados com materiais nobres e necessitem de mão de obra mais qualificada.”

Como o custo adicional desses produtos não explica as diferenças de preço, Bedendo fala em “atributos intangíveis”.

Mesmo assim, o professor da ESPM acredita que a pirataria não é tão prejudicial para as marcas. Para Bebendo, as empresas controlam o acesso a seus produtos e fazem edições especiais.

Carlos Ferreirinha, presidente da MCF Consultoria, afirma que há um alarde sobre contrabando e falsificação de luxo. “Esse mercado é irrelevante, tem um volume baixo. O Brasil não é produtor, mas importador de luxo”, ele diz. “Há o combate porque é diretriz mundial, mas não é prioridade. Temos que entender que os esforços e investimentos são para neutralizar e reduzir esse mercado, não para revertê-lo e para que desapareça. Para isso, o homem teria que ser reinventado.”

A marca nacional de bolsas e acessórios Victor Hugo, segundo seu diretor de marketing, Teddy Paez, só tem falsificações grosseiras. “De longe você vê que não se trata de um produto original. Com a nossa marca não existe essa história de cópia de primeira e segunda linha, é tudo horrível”, diz. A forma de combate, acredita, está em ações internas como criatividade e facilidades para financiamento nas compras que possam aproximar o consumidor tornando os produtos da marca mais acessíveis.

A Victor Hugo lança cerca de 800 peças por ano, que são vendidas em 25 Estados brasileiros, e cujos preços variam entre R$ 800 e R$ 5 mil.

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Soluções, teriam que ser muitas, uma delas é a redução da carga fiscal que aliviaria os preços dos produtos e inviabilizaria em parte a falsificação, contrabando, descaminho. Claro que a fiscalização seria importante, mas os fiscais, muitos, se rendem às facilidades que os que participam do processo oferecem. Vejam no centro da cidade, barracas com centenas de produtos falsificados, sendo vendidos a luz do dia, dia inteiro e lá permanecem aos olhos das autoridades, então, muito a que se fazer, o problema é a falta de coragem.

Para resolver este problema de venda de produtos falsificados,sem nota,abaixo do preço e muito simples,de responsabilidade ao consumidor final.Basta atuar um,noticiar em horário nobre o fato,o efeito imediato.

Hoje e muito fácil,um exemplo,em Sao Paulo tem venda de passagens de trem ,1 real mais barato,atue (não prenda)quem comprar,garanto que vai inibir este tipo de comercio.Somos muito paternalista com as responsabilidades do cidadão.

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