Industria Textil e do Vestuário - Textile Industry - Ano XVI

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Sorocaba tem 25% de Nordestinos Vindos pela Indústria Têxtil

São mais de 150 mil residindo na cidade, entre natos e descendentes, revela pesquisa em andamento

Prévia de pesquisa que será divulgada no segundo semestre de 2012, aponta que mais de 25% da população de Sorocaba é formada por nordestinos. De acordo com a presidente do Centro Cultural de Tradições Nordestinas de Sorocaba e Região (CCTN), Selma Araújo, a pesquisa encomendada pela entidade à empresa paulistana CPA ainda está em andamento e, até o momento, foram registradas mais de 150 mil pessoas, entre nordestinos natos e descendentes.

Antes do início da pesquisa, Selma falou que trabalhavam com uma "estimativa" de aproximadamente 120 mil nordestinos residentes na cidade. "Segundo os dados levantados, o número final será bem superior a 150 mil, pois só a zona norte, onde está concentrado o maior número de famílias nordestinas, moram 272 mil pessoas", explicou Selma. Ela lembra que o êxodo de nordestinos à Sorocaba se intensificou em meados da década de 1960, por conta da produção têxtil na cidade, mais especificamente a Companhia Nacional de Estamparia (Cianê), adquirida no final da década de 1930 pelo industrial nordestino, Severino Pereira da Silva, natural de Taquaratinga do Norte, Pernambuco, que foi trazendo os conterrâneos para trabalhar na cidade.
Um exemplo dessa influência do industrial é apontado na prévia da pesquisa, onde mostra que a maioria dos nordestinos radicados em Sorocaba são provenientes dos Estados de Pernambuco e da Paraíba, seguidos do Ceará, Bahia, entre outros.

Um pedaço do nordeste
 
Enquanto a pesquisa oficial não é divulgada, um bom "termômetro" para avaliar a população nordestina em Sorocaba são as atividades da 4ª Festa de Tradições Nordestinas do CCTN, que começou ontem e segue até hoje, na sede da entidade, na avenida Itavuvu.
Na manhã de ontem, enquanto o grupo de xaxado "Cabras de Lampião", da cidade de Serra Talhada, em Pernambuco, se apresentava na Praça Coronel "Fernando Prestes", região central da cidade, pessoas se aglomeravam para ver, dançar e fotografar o grupo que se apresentou com trajes típicos dos cangaceiros, em alusão à Lampião e seu bando.

O evento que ocorreu sem aviso prévio pegou muita gente desprevenida, mas que gostou da surpresa. O pedreiro sorocabano Luiz Carlos Pedroso que só foi ao Centro para pagar contas e passear, acabou parando em frente ao palco assim que começaram os primeiros acordes do ritmo que carrega a história do sertão nordestino. Entusiasmado com as cores, as histórias contadas entrecortando as danças, e com o ritmo dos artistas, ainda comprou um dvd com a história de Lampião, que estava sendo comercializado pelo grupo. "Sou sorocabano mas gosto muito da cultura brasileira, principalmente a nordestina. Tenho muitos amigos que vieram de lá", falou ele, endossando os números da pesquisa.

O operador de multifuncional, João Carlito, também adquiriu produtos com a história de Lampião e, do mesmo modo, reconhece que a simpatia e a curiosidade pela cultura nordestina tem a ver com o convívio diário com muitos nordestinos. "Sou do Paraná, mas moro há tempos em Sorocaba e a maioria dos meus amigos é de nordestinos", explicou.
Mas se para sorocabanos e paranaenses a atração chamou a atenção, para os nordestinos desavisados, a surpresa foi "arrepiante", segundo o autônomo Cícero Vicente de Arruda. Há 25 anos em Sorocaba, ele que é natural de Serra Talhada, conterrâneo de Lampião, estava no local para comprar remédio e se emocionou ao se deparar com o ritmo, as cores e a história do seu povo. "É o meu povo, a minha terra, fiquei muito feliz e muito emocionado", disse ele, enquanto trocava impressões com o também nordestino, o tratador de animais alagoano José Hildo de Albuquerque.

Programação
 
Hoje a programação no CCTN começa às 10h30, com cerimônia de abertura e palestra com Anildomá Willians Souza sobre Lampião e lançamento do livro: "Nem herói, nem bandido. A história"; apresentação dos documentários "Xaxado - A dança do Cabra macho", "Virgolino - Do homem ao mito", e lançamento do CD de músicas do cangaço. Às 11h30, é a vez do grupo Capoeira Nacional. Às 12h, quem faz show é o Trio Forró Euzébio. Às 12h30, tem oficinas de renda. Às 13h, consta na programação as seguintes atividades: feira de cordel, recital de cordelistas e lançamento do livro: "Apontamentos para a história do cordel brasileiro", de Aderaldo Luciano. Às 14h, a opção é a exposição de oficinas de cerâmica. Às 15h é hora dos repentistas mostrarem seus talentos. Às 16h, tem de Teatro de Mamulengos. Às 17h30, O CCTN é palco de uma apresentação de danças folclóricas. Às 18h30, tem show com o grupo Apimentados do forró. Às 20h, a programação continua com o forró, agora com o grupo Os Três do Norte. O encerramento ocorre às 21h, com o grupo Cabras de Lampião. Mais informações: <IC>www.cctn.org.br ou<XC> pelos telefones (15) 2104-3544 e (15) 3239-5188. O CCTN fica na avenida Itavuvu, 4647.

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